Temor com integridade física de Thiago Neves fez Atlético-MG recuar
Reações nas redes sociais freiaram contratação do experiente meia pelo Galo
Segundo Alexandre Mattos, executivo de futebol do Atlético-MG, a preocupação com a integridade física de Thiago Neves foi preponderante para o clube desistir da contratação do jogador na noite desta segunda (14), mesmo após o acordo entre as partes ter sido fechado.
O meia jogou pelo Cruzeiro de 2017 a 2019, quando se tornou um dos principais rostos do rebaixamento à Série B, e estava no Grêmio até a rescisão do seu contrato, há duas semanas.
Quando defendia o Cruzeiro, ele fez várias provocações ao Atlético-MG nas redes sociais. Uma delas comparando o antigo rival com o rompimento da barragem que provocou a tragédia de Brumadinho, no início de 2019.
Por isso a intenção de contratá-lo, seguida do anúncio da desistência, tomou as redes sociais nesta segunda. A Galoucura, maior torcida organizada do clube, disse não aceitar ver Thiago Neves com a camisa alvinegra e chamou o jogador de "pilantra".
"A contratação do Thiago nasceu de uma demanda do treinador [Jorge Sampaoli]. O entorno e a possibilidade de [ameaça à] integridade física nos fizeram recuar. Achamos melhor parar agora do que insistir", disse Mattos nesta terça (15), durante lançamento do seu livro "Tudo começa com um sonho". O executivo já passou também por Cruzeiro e Palmeiras.
A possibilidade de contratação do jogador dividiu a diretoria do Atlético-MG, mas houve insistência de Sampaoli, mesmo com o oferecimento de outros meias.
"O Sampaoli é um treinador exclusivo e tem um jeito exclusivo de jogar. Quando ele quer um zagueiro, nós oferecemos nomes, e em 99,9% das vezes ele já tem um outro jogador porque se adapta mais ao esquema dele. Ele identificou o Thiago como um meia que se encaixava no esquema de jogo", completou.
O temor com um possível episódio de violência envolvendo a contratação de Thiago Neves acontece dias após outros problemas envolvendo torcedores.
No último domingo (13), atletas do Corinthians foram ameaçados na chegada a São Paulo após derrota para o Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro. Uma semana antes, integrantes de organizada do Figueirense invadiram treino da equipe com rojões e pedaços de madeira.
"Algo precisa ser feito, porque uma tragédia é iminente", concluiu Mattos.