Santa Cruz

Ano de 2020 marca melhor desempenho defensivo do Santa em disputas de Série C

Nos seis jogos até aqui disputados na Terceirona, a retaguarda coral foi furada somente quatro vezes. O mesmo setor defensivo, é responsável por cinco dos oito gols marcados nesta reta inicial de competição

Desempenho defensivo do Santa Cruz em 2020 é o melhor em disputas de Série C - Rafael Melo/SCFC

Seis jogos, cinco gols marcados e quatro sofridos. Os números poderiam falar por si só, o que possivelmente levaria a crer que a abordagem se refere ao funcionamento do Santa Cruz como um todo. Mas nem tudo explica a matemática. Esse é o retrato das atuações do sistema defensivo tricolor, responsável por mais da metade dos gols marcados pelo time nesta reta inicial de Série C, e, também, o menos vazado considerando todas as seis vezes em que a Cobra Coral disputou a Terceirona.  

Em 12 jogos, desde o retorno do futebol - paralisado por conta da pandemia do novo coronavírus - o Santa Cruz marcou 12 gols. Desse quantitativo, sete tentos foram anotados por jogadores que atuam no setor defensivo e cinco por peças que jogam do meio para frente no time coral (duas vezes com Pipico e outras duas com Chiquinho, além de um marcado por Didira). 
 

Se considerando todas as partidas feitas pelo time desde julho, o setor mais produtivo tanto na retagurda como na frente é o defensivo, quando traçado o recorte da Série C não é diferente. O Tricolor balançou as redes oito vezes, e novamente o protagonismo foi assumido pelos homens de trás, que anotaram cinco gols. Aliado ao bom desempenho defensivo, claro, vem à tona a má fase vivida pelo ataque, que não funciona há dois meses. Lesionado, Pipico, por exemplo, não atua desde a partida contra o Treze/PB, pela segunda rodada da competição. Ainda vetado pelo Departamento Médico, o artilheiro também não estará à disposição de Martelotte no jogo contra o Manaus, neste sábado (19). Seu substituto direto, Victor Rangel, ainda não desencantou, e não anota um tento desde março. 

Com isso, cresce a exigência pelo funcionamento do bom trabalho coletivo para suprir a seca deixada pelos homens de frente. Ainda assim, as funções de ofício que competem ao sistema defensivo não foram deixadas de lado. Em seis jogos, o Santa Cruz teve em campo três duplas de zaga diferentes. Em quatro partidas o miolo de zaga foi formado por Danny Morais e William Alves. Com o capitão coral machucado contra o Imperatriz/MA, pela quarta rodada, William Alves atuou ao lado de Denílson, enquanto no jogo passado, os zagueiros trocaram de lugar, e foi a vez de Danny contar com o apoio do estreante Elivelton - autor do gol do triunfo ante o Remo.

Já na ala, a alternância foi maior, sendo cinco mudanças, com revezamento entre as duplas Toty e Célio Santos; Toty e Júnior; Augusto Potiguar e Junior; Júnior e Célio Santos e Bileu e Denilson - na partida contra o Leão azul, esse último basicamente atuou como um terceiro zagueiro, mas pela escalação, o técnico tricolor o acionou com função mais defensiva na lateral-esquerda.
 
Somando as necessidades ainda apresentadas pelo elenco, as variações, na prática, em pouco atrapalharam a performance do setor, que foi furado apenas quatro vezes. Cenário que transporta a Cobra Coral a ter em 2020 o melhor desempenho do sistema defensivo em disputas de Terceira Divisão. 
 
Na primeira vez que o Tricolor mergulhou na competição, em 2008, foram seis gols sofridos dentro do então recorte de seis jogos. No campeonato de 2012, foram sete. Um ano depois, o sistema defensivo coral voltou a ser vazado em seis oportunidades, marca repetida em 2018. Por fim, em 2019, o setor foi carimbado com 10 gols.
 
Este é o melhor início de competição do Santa Cruz, que é líder isolado do Grupo A, com 13 pontos, sendo um empate, uma derrota e quatro vitórias. São dois pontos à frente do Ferroviário/CE, na segunda posição, e quatro em relação ao Vila Nova, quarto colocado do grupo. Nas rodadas anteriores, outras marcas haviam sido batidas, especialmente sobre os times paraibanos, ao igualar o número de vitórias com o Treze em Série C (três triunfos para cada lado e um empate) e ao vencer o Botafogo pela primeira vez no torneio nacional. 

Comparativo

Quantidade de jogos: 6

Série C 2020

Gols sofridos: 4
Gols marcados: 8
Gols marcados pelo setor defensivo: 5 (Paulinho, Toty, William Alves, Denílson e Elivelton)
Gols marcados pelo setor ofensivo: 3 (2x Chiquinho e uma com Didira)

Série C 2019 
 
Gols sofridos: 10
Gols marcados: 9

Série C 2018 
 
Gols sofridos: 6
Gols marcados: 8

Série C 2013 
 
Gols sofridos: 6
Gols marcados: 7

Série C 2012 
 
Gols sofridos: 7
Gols marcados: 12

Série C 2008 
 
Gols sofridos: 6
Gols marcados: 7.