Opinião: Thiago Neves tem condições de ser o que Diego Souza foi em 2014
Meia foi oficializado nesta quinta e chega para ser referência técnica do Leão
Com a contratação do meia Thiago Neves, as comparações com a primeira vinda de Diego Souza ao Sport, em 2014, são compreensivas e naturais. DS87 chegou ao Leão aos 29 anos, após passagens apagadas por Metalist, Cruzeiro e Al Ittihard e, ao mesmo tempo que gerava expectativa pela qualidade já demonstrada em outras temporadas pelo atleta, ficava a desconfiança pela falta de regularidade. É verdade que Neves já tem 35 anos e ficou com imagem arranhada após o ano ruim de 2019 e 2020, mas o meia foi um dos grandes destaques do Cruzeiro nos dois anos anteriores e pode ser um dos grandes trunfos do Leão na busca pela permanência na Série A.
Após ser revelado pelo Paraná, em 2005, Thiago Neves jogou por Fluminense, Flamengo, Cruzeiro e Grêmio, no Brasil. Com exceção do Grêmio e do último ano no Cruzeiro, ele foi destaque por todas as temporadas nessas equipes. Porém, a imagem atrelada às polêmicas na Raposa e no Tricolor Gaúcho trouxe uma apreensão não apenas nos torcedores, mas também no mercado disponível para o meia. A vinda ao Sport pode representar uma volta por cima, como foram os casos de Diego Souza e André, ou até mesmo um último suspiro de um atleta que sempre esteve entre os melhores nas terras nacionais.
A expectativa do torcedor rubro-negro é que a história de Diego Souza e André também se repita com Thiago Neves. Porém, vale salientar que nem todos os “midiáticos” que desembarcaram na Ilha do Retiro deram certo. Um dos principais exemplos recentes é Ibson. O meio-campista chegou junto com DS87, mas não rendeu o esperado. Foram 18 jogos e nenhum gol no Leão. É verdade que ele não havia demonstrado o mesmo futebol em sua carreira que os outros já mencionados, mas não deixou de ser uma decepção. Outros exemplos que geraram expectativa da torcida e só deram dor de cabeça ao Leão foram Mark González, Wesley e Reinaldo Lenis.
Desses mencionados, inclusive, Thiago Neves é o mais velho. Em compensação, é o que demonstrou melhor qualidade de futebol na carreira. Participação em Olimpíadas (2008), Hat Trick em final de Libertadores (2008) e Bola de Ouro da Revista Placar (2007) foram algumas das várias premiações individuais recebidas pelo meia na segunda metade dos anos 2000. Porém, se engana quem pensa que o futebol dele parou aí. Já com mais de 30 anos, ele foi uma das principais peças do Cruzeiro na conquista do bicampeonato da Copa do Brasil (2017 e 2018) e esteve presente na seleção do Campeonato Brasileiro de 2017.
Dentro de Campo
Thiago Neves chega para ser a principal referência técnica da equipe. No atual esquema de Jair Ventura, com três volantes, o meia poderá ser fundamental para arredondar mais o passe e fazer o “facão” da direita para o meio, sendo mais incisivo que as atuais opções do setor. Algo parecido com o que o treinador tentou fazer nas primeiras escalações, quando optou por utilizar Jonatan Gómez nesta posição. Porém, é bom que se diga que Neves também foi usado como “falso nove” por Mano Menezes, no Cruzeiro, e pode ser opção para o setor que segue carente e sem titular absoluto no Leão.
Cravar que ele terá o mesmo desempenho e, principalmente, a mesma representatividade que Diego Souza teve no Sport é impossível. Porém, se ele seguir os exemplos do próprio DS87 e de André – que, assim como ele, se envolveu em diversas polêmicas antes da passagem pelo Leão -, será possível mais uma nova grande temporada do meia que já brilhou pelos gramados brasileiros.