Futebol Internacional

Borussia e Leipzig: a dura missão de superar o Bayern no Campeonato Alemão

Hegemônico, na temporada passada o time de Munique arrastou a Bundesliga, a Copa da Alemanha e, de quebra, a Liga dos Campeões

Bayern de Munique - Martin MEISSNER / POOL / AFP

O Bayern de Munique se apresenta para o início do Campeonato Alemão após uma temporada passada em que conquistou os três torneios que participou: a competição nacional (oitavo título seguido), Copa da Alemanha e a cereja do bolo, a Liga dos Campeões.

Diante desse retrospecto, apenas duas equipes apresentam condições de se atrever a interromper a hegemonia do Bayern na Bundesliga, o Borussia Dortmund e Leipzig, sendo este semifinalista da Liga dos Campeões. Por ser o atual campeão da competição, o time de Munique vai abrir mais uma vez o campeonato, agora contra o Schalke 04, nesta sexta-feira, em casa.
 

O favorito
A Bundesliga é um torneio disputado entre 18 times e, no final, o Bayern sempre vence. Gary Lineker, o autor da frase famosa sobre a superioridade alemã no futebol, certamente aprovaria esta apropriação: time bávaro  parte como favorito por dominar a competição desde 2013. O único verdadeiro adversário do Bayern há muito é ele mesmo. 

Com suas crises cíclicas (demissões de Carlo Ancelotti e Niko Kovac, respectivamente em novembro de 2017 e 2019), o clube apelidado de 'FC Hollywood' não mostrou uma hegemonia avassaladora nos últimos três anos, chegando a ficar nove pontos  atrás do Borussia Dortmund em dezembro de 2018. 

Mas a nova temporada surge mais amena para a equipe, que tem como objetivo manter sua hegemonia nacional. 
O Bayern terminou a última temporada com uma série de 25 jogos invicto, com 24 vitórias e um empate. 

Neste mês de setembro o clima está tenso devido à saída do meia Thiago Alcântara e a provável negociação do zagueiro David Alaba e nenhuma contratação significativa  anunciada até o momento, apenas a do atacante Leroy Sané, em julho. 
O treinador Hansi Flick enterrou há muito a euforia dos triunfos: "A situação não é muito simples", lamentou. "Não sei quem vai nos deixar e quem vai chegar. Não é a melhor forma de nos prepararmos."

Borussia Dortmund e o 'complexo'

Borussia Dortmund, vencedor quando era comandado pelo treinador Jürgen Klopp (2008-2015), parece correr por fora. Mas para chegar ao título tem que superar as críticas dos torcedores que consideram que o time não se mostra mais disposto a vencer e não tem alma. 

O principal alvo desses comentários é o treinador Lucien Favre, que desde que assumiu o cargo viu sua equipe ser derrotada pelo Bayern em cinco de seis jogos disputados pelo Alemão. E em dois confrontos, a equipe perdeu por goleadas de  5 a 0 (2018) e 6 a 0 (2019). 

"A atual equipe de Hansi Flick talvez seja a melhor equipe do Bayern de todos os tempos", admite o presidente do Borussia, Hans-Joachim Watzke, "eles não vencem mais os rivais, eles os esmagam". 

Para Favre, a diferença de qualidade entre o elenco do Bayern e o de outras equipes alemãs é muito grande: "O Bayern é o melhor time da Europa", disse o suíço.

Leipzig, um terceiro candidato

O Leipzig acaba de terminar as duas últimas temporadas da Bundesliga em terceiro lugar, mas o seu jovem treinador, Julian Nagelsmann, não tem ambições melhores para esta temporada. 

“Depois das saídas de (Timo) Werner e (Patrik) Schick, nosso objetivo é manter o nosso nível, terminar em terceiro novamente e voltar a ter uma boa participação na Liga dos Campeões”, afirmou. 

Schick, e especialmente Werner - com seus 34 gols em todas as competições da temporada passada - foram as pontas de lança do ataque do Leipzig. A equipe não tem intenção de investir alto para substituí-los. 

"Não temos como comprar na seção dos jovens talentos internacionais os mais caros", disse Nagelsmann. Werner, que foi para o Chelsea por 53 milhões de euros (cerca de 63 milhões dólares), deixou uma lacuna difícil de preencher: o RB nunca jogou sem ele desde sua ascensão à elite do futebol alemão em 2016, e sua progressão foi igual a do jovem atacante. 

Mas o Leipzig, que passou da segunda divisão às semifinais da Liga dos Campeões em quatro anos, continua crescendo. 
O Bayern pode (por enquanto) respirar com facilidade.