Coronavírus

Pazuello afirma que Brasil viverá em outubro uma nova forma de tocar a vida, em relação à pandemia

Pazuello também voltou a afirmar que "todas as opções estão abertas", em relação à vacina para a Covid-19

Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello - Marcos Corrêa/ PR

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quinta-feira (24) que as curvas de contágio e mortes em decorrência do novo coronavírus tendem ao "final" no máximo no começo de outubro e que então viveremos uma "nova forma de tocar a vida".

Pazuello também voltou a afirmar que "todas as opções estão abertas", em relação à vacina para a Covid-19 –um dia após novos resultados promissores da vacina Sinovac.

O ministro afirmou que sua pasta trabalha no contrato com a vacina AztraZeneca –parceria da Fio Cruz com a Universidade de Oxford–, mas que acompanha o desenvolvimento das demais imunicações.

Também nesta quarta, o governo liberou R$ 2,5 bilhões para que o Brasil ingresse na Covax Facility, aliança internacional por vacinas contra a Covid-19. As declarações de Pazuello foram feitas durante reunião com secretários de Saúde de estados e municípios. O ministro comentou a apresentação de secretários da pasta a respeito da evolução epidemiológica da doença no país.

"As curvas tendem ao final ainda no final de setembro, começo de outubro, em praticamente todos os estados do país. E nós teremos a partir daí uma nova forma de tocar a vida", disse o ministro, que foi efetivado no cargo no dia 14 deste mês, após três meses como interino. "E essa nova forma é retomar nossas atividades de forma inteligente, com os cuidados necessários, com as medidas preventivas, as medidas de afastamento social, que a gente observa em praticamente todos os lugares", completou.
 


O ministro não explicou se haverá diretrizes futuras da sua pasta ou de outras esferas do governo federal sobre a retomada das atividades. Pazuello, no entanto, afirmou que o ministério vai lançar uma nova campanha no início de outubro para incentivar o tratamento precoce da Covid-19.

"Até hoje você encontra cartazes dizendo 'está com Covid, fique em casa até ter falta de ar'. Isso está em cartazes hoje em Brasília, na parede de estabelecimentos", disse o ministro.

O ministro citou como prova da diferença de métodos o impacto discrepante da pandemia em diferentes partes do país. Nas regiões Norte e Nordeste, argumenta, os altos números de morte estiveram ligados à recomendação para evitar buscar postos de saúde em casos suspeitos e leves da Covid-19.

"O risco de morte triplica. É só ver o número de mortes que estamos falando: Manaus, Belém, Fortaleza, Nós estamos com mais de 110 mortos por 100 mil habitantes, onde foi o maior impacto. No sul do país hoje e no centro-oeste, a taxa é de 30", afirmou, ressaltando que as recomendações mudaram, a partir de pesquisas e discussões, com sua chegada ao ministério.

Pazuello, no entanto, não proferiu críticas aos seus antecessores. Apenas afirmou que a recomendação inicial para permanecer em casa nos estágios iniciais da doença eram decorrência do "conhecimento que se tinha à época".

O ministro, por outro lado, atacou pessoas que não teriam conhecimento do trabalho e da abrangência do SUS (Sistema Único de Saúde) e mesmo assim criticam o trabalho dos profissionais e autoridades envolvidos no combate à pandemia.

"A posição é clara: sim, estamos dando a melhor resposta que poderíamos dar. Usamos para isso a ferramenta SUS, que nós herdamos, ela realmente nos deu força para chegar e fazer as coisas na ponta da linha", disse