Por acesso, Santa precisa acelerar processo de adaptação
Repetitivo, time esbarra em erros antigos que necessitam de correção
"A gente vai puxando para trazer novos conceitos, mas a nossa intenção é encontrar um equilíbrio. Não entendo que o erro tenha sido exclusivamente do setor defensivo, mas erramos muito passe. Temos erros e defeitos que apresentamos e precisamos corrigir". A instabilidade do Santa Cruz, traduzida na dualidade da apresentação do time contra o Jacuipense, no Arruda, não aparece só no discurso de Marcelo Martelotte. Ainda que líder do Grupo A, mas andando em corda bamba pelo desequilíbrio de desempenho entre os setores, além de atuações convincentes, o Santa vê o momento começar a exigir um sinônimo do futebol: adaptação.
Nas mãos do técnico Itamar Schülle, que iniciou a montagem do time ainda na pré-temporada - o que faz toda a diferença ao longo do ano -, de modo geral, o time foi condicionado a fazer prevalecer a boa condição defensiva, postado em campo com uma retaguarda de segurança. Ao todo, 28 jogos imerso numa característica que fazia a organização coletiva do grupo um pouco mais fechada no meio, tanto defensivamente quanto no momento de atacar.
Três rodadas já se passaram desde a saída do catarinense do comando técnico e a chegada do atual comandante, que, claro, já introduziu sua metodologia ao plantel; com apreço a um jogo mais corrido, desenhado com ofensividade. Dentro de campo, porém, o grupo parece ainda não ter incorporado essa filosofia, repetindo, inclusive, a ineficiência na transição de bola da defesa para o ataque pelo meio. Dificuldade que vem se arrastando desde o início do ano, com o time ainda mergulhado nas sombras de Paulinho e Didira - que ainda não apresentou uma regularidade - para a articulação das jogadas ofensivas. Quando ambos jogam abaixo, dificilmente o time sustenta boa atuação.
Outro detalhe que chama a atenção diz respeito justamente à queda de rendimento coletiva nos dois tempos de jogo. Cenário observado nos últimos três duelos, contra Remo, Manaus e o próprio Jacuipense. No último jogo, por exemplo, aspecto que se estendeu também para o setor defensivo, que até então é visto como o principal pilar da equipe, mas que não conseguiu manter uma organização tática em campo, e contribuiu diretamente para os dois últimos gols do time baiano. As variações de comportamento apresentadas nas partidas pelo Tricolor se somam à necessidade de um aceleramento no processo de adaptação do time coral ao sistema transportado pela nova comissão técnica, para que a "versão Martelotte" não caia em desuso no restante da Terceirona, assim como o próprio aproveitamento do clube na competição.