Oportunidade

Mais de 3 mil reeducandos de Pernambuco participam de programa de empregabilidade

Nos últimos meses, empresas do ramo da construção civil têm contado com o trabalho de reeducandos para dar conta do aumento nas demandas

Parceria com o setor da construção civil tem dado oportunidade a reeducandos - Foto: Divulgação/ Patronato Penitenciário

Em Pernambuco, 3.424 reeducandos e egressos do sistema prisional participam do programa de empregabilidade do Patronato Penitenciário, órgão vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, e da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres). As atividades são as mais diversas, passando por auxiliar de serviços gerais, agente administrativo, manutenção, paisagismo e limpeza urbana. Ao serem empregados nessas vagas, além de receberem salário, os egressos ganham oportunidade de se reinserir no mercado de trabalho.

No caso do Patronato, as vagas de emprego são o passo seguinte aos cursos oferecidos.  A intenção, segundo o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado, Pedro Eurico, é fazer com que essas pessoas saiam, de fato, mudadas. “A ideia é a reparação do erro, mas também a reinserção social que, para nós, se dá fundamentalmente pelo trabalho”. São 1.206 reeducandos do regime aberto trabalhando por meio de convênio com o Patronato Penitenciário e 2.218 do regime semiaberto e fechado, possibilitados pelo convênio com a Seres.

Segundo Pedro Eurico, mais de 70% dos presos do sistema prisional pernambucano não têm ensino fundamental completo. “Nosso trabalho é complementar a educação dessas pessoas, depois usar os cursos para a formação de mão de obra e fazer essa ponte com as empresas para que, quando essas pessoas forem egressas do sistema prisional, possam recomeçar a vida”, diz. 

Nos últimos meses, um dos setores que mais tem movimentado a empregabilidade de reeducandos do regime aberto e do semiaberto é o da construção civil. Segundo empresários da área, a trabalho dessas pessoas tem ajudado a atender as demandas do setor, que aumentaram em até 90%.  “Temos 14 apenados e um mix muito grande de produtos, eles dão uma grande ajuda. Temos um, inclusive, que está conosco há cinco anos e atualmente exerce uma função de extrema confiança. Estamos muito satisfeitos com o trabalho”, pontua Jamilson Aureliano, supervisor de Logística da Portela Distribuidora, localizada no bairro de São José, área central do Recife.

São 31 convênios com empresas privadas, além de prefeituras de cidades como Recife, Olinda, Paulista, Caruaru e Petrolina e secretarias do Governo do Estado. Ao firmarem parceria, as empresas também são beneficiadas pela Lei de Execução Penal, que isenta,  na contratação dos reeducandos, encargos trabalhistas como FGTS, 13º salário e férias. A redução nos custos de contratação é de cerca de 40%. 

Ainda de acordo com o secretário, o Patronato tem cerca de nove mil reeducandos, e a meta é dobrar o número de pessoas nos convênios de empregabilidade. “Eles estão ansiosos por uma segunda chance e essa oportunidade pode ser o pontapé disso”, acrescenta Pedro Eurico.