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Trump promete distribuir de graça coquetel experimental que tomou contra Covid

O medicamento ainda está sendo usado de forma experimental, mas é considerado o tratamento mais promissor para a Covid-19

Presidente dos EUA, Donald Trump - Mandel Ngan/AFP

Dois dias depois de deixar o hospital militar Walter Reed, onde esteve internado para tratar a Covid-19, o presidente dos EUA, Donald Trump, publicou um vídeo em suas redes sociais chamando de "cura" sua recuperação e prometendo a todos os americanos o mesmo tratamento que ele recebeu.

Entre outros medicamentos, o republicano tomou o coquetel REGN-COV2, produzido pela farmacêutica Regeneron, e que faz parte de um grupo de drogas conhecidas como "anticorpos monoclonais".

O medicamento ainda está sendo usado de forma experimental, mas é considerado o tratamento mais promissor para a Covid-19, já que antivirais como o remdesivir e substâncias como a cloroquina e a ivermectina trouxeram pouco benefício aos pacientes.

"Foi inacreditável, me senti tão bem três dias atrás como me sinto agora", disse o presidente, falando de pé nos jardins da Casa Branca. "Eu chamo isso de cura! É mais importante para mim do que a vacina."

Os anticorpos monoclonais são cópias sintéticas de anticorpos humanos que agem contra o vírus e que estão sendo estudadas para uso em pacientes nos estágios iniciais da doença.

Trump disse que está esperando uma autorização de uso emergencial do medicamento pelas agências reguladoras, afirmou que as farmacêuticas Regeneron e Eli Lilly já produziram muitas doses do remédio e prometeu que ele será distribuído de graça.

"Você vai melhorar mais rápido, assim como eu."

Segundo o presidente americano, ele ter recebido o diagnóstico de Covid-19 a poucas semanas da eleição foi uma "benção disfarçada". "Foi uma benção de Deus que eu peguei [o vírus]. Eu peguei, ouvi falar dessa droga, disse 'deixa eu tomar', e foi incrível como ela funcionou."

"Quero que vocês tenham o que eu tomei. E vai ser de graça", repetiu o americano, que disse que o Exército será o responsável pela logística de distribuição.

Mais uma vez, Trump insistiu na narrativa de culpar a China pela doença que já matou mais de 211 mil americanos. "Não foi sua culpa que isso aconteceu", disse, referindo-se aos infectados pelo patógeno. "Foi culpa da China. E a China vai pagar um alto preço pelo que fez a este país. Vai pagar um alto preço pelo que fez ao mundo."

Em setembro, um estudo preliminar da empresa Eli Lilly mostrou que o uso desses anticorpos reduziu em 72% a chance de pessoas infectadas desenvolverem doença grave. Na quinta-feira (1), a empresa Regeneron divulgou à imprensa resultados semelhantes, obtidos a partir de um grupo de cerca de 400 pessoas: conseguiram reduzir a quantidade de vírus no organismo, melhorar o quadro clínico do paciente e diminuir a duração dos riscos.