Bolsonaro tenta explicar indicação para STF e declaração sobre ter acabado com Lava Jato
"Pro meu governo não tem mais Lava Jato. Não temos uma notícia de corrupção", afirmou o presidente
Pressionado por sua base ideológica, o presidente Jair Bolsonaro usou a live também para tentar se explicar em relação à indicação do desembargador Kassio Nunes Marques ao STF (Supremo Tribunal Federal) e à declaração que deu na quarta-feira (7) sobre a Lava Jato ter acabado em seu governo. Visivelmente irritado, falando palavrões em série, Bolsonaro reagiu ao fogo amigo de que tem sido alvo desde a semana passada.
"Não é infiltrado da esquerda, como o pessoal diz aqui nas mídias sociais, não. Não é petista. É gente da direita mesmo, essa direita burra. É moleque fedelho, cheirando ainda a fralda, tem fralda ainda, que quando eu participei da luta armada no Vale do Ribeira, do lado do Exército brasileiro, o pai de vocês nem tinha nascido ainda. E o pessoal agora se vê no direito de criticar com baixaria", disse Bolsonaro ao comentar as críticas sobre a indicação ao STF.
Ele também tentou explicar o discurso feito na quarta-feira em um evento no Palácio do Planalto, quando disse que "eu acabei com a Lava Jato porque não tem mais corrupção no governo". "Pro meu governo não tem mais Lava Jato. Não temos uma notícia de corrupção. Então, para nós, a Lava Jato não tem finalidade, graças a Deus. Agora, para os demais órgãos do Brasil, alguns estados, alguns municípios, vai continuar funcionando normalmente", disse na noite desta quinta.
Bolsonaro afirmou que quem diz que ele está acabando com a Lava Jato "ou é desinformado ou está de má fé ou estar com dor de cotovelo". "Questão Lava Jato está entendido ou eu já acabei com a Lava Jato? Isso é para pessoas realmente que, como eu disse, não conseguem acompanhar o raciocínio, uma figura de linguagem até que a gente usa, ou está de má fé", afirmou.
Ainda sobre as críticas que têm recebido, fez alusão à Argentina, que elegeu o kirchnerista Alberto Fernández em substituição a Maurício Macri. "O Macri se elegeu na Argentina há cinco anos, discurso parecido com o meu. Um dos primeiros países que conseguiram se ver livres da turminha do Foro de São Paulo. Era a turminha da Cristina Kirchner, da Dilma. [Macri] Não conseguiu fazer tudo que queria, tinha problemas. Que que o pessoal fez com o Macri? Porrada nele o dia todo, inclusive chamando de abortista", afirmou Bolsonaro.
"O que aconteceu? Voltou a 'esquerdalha' da Cristina Kirchner. Tome conhecimento o que está acontecendo na Argentina. E detalhe: vi na imprensa hoje que o presidente vai legalizar o aborto na Argentina. Tá aí, povo argentino, lamento, é o que vocês merecem", disse o presidente.