Caruaru teve quatro candidatos a governador e todos se declaram aliados do governador Paulo Câmara
Espera o outono, Alice - Divulgação/ Renata Berman
É público e notório em Pernambuco que a imagem pessoal do governador Paulo Câmara é melhor que a do governo que ele comanda. Não que seja um governante desatento, mas porque assumiu o governo num contexto de crise que deixou estados e municípios com dificuldades até mesmo para pagar a folha. Nada obstante, o apoio do governador está sendo disputado em Caruaru (2º turno) por Raquel Lyra e Tony Gel, em Olinda por Antonio Campos e Professor Lupércio, e em Jaboatão dos Guararapes por Anderson Ferreira e Manoel Neco. Em tempos idos, mas não muito idos, Pernambuco tinha dois lados, o do governo e o da oposição. Hoje, graças ao mecanismo de cooptação, a sublegenda foi ressuscitada no interior e o maior exemplo disto é Caruaru. Teve quatro candidatos a prefeito, e todos se declaram aliados do governo. Em algum momento essa matemática dará errado, como já deu duas vezes em passado recente.
Caruaru teve quatro candidatos a governador e todos se declaram aliados do governador Paulo Câmara
O retorno da sublegenda
O Palácio das Princesas está tão seguro de que em 2018 terá o apoio dos “dois lados” na maioria dos municípios do interior que contabilizou como “vitória” a derrota dos candidatos do PSB em Salgueiro (Marcelo Sá) e Palmares (João Bezerra). É que os prefeitos eleitos Altair Júnior e Clebel Cordeiro, respectivamente, são do PMDB e isso entrou na conta do governo como “vitória” da Frente Popular.
O maestro > Eduardo Campos sabia comandar com maestria o apoio dos “dois lados” que o seu governo tinha na maioria dos municípios do Estado, mas sabia quem era “leal” e quem era “adesista”. Os leais eram poucos, mas estavam solidários com ele “na saúde ou na doença” e na “alegria ou na tristeza”.
Guia > Além de ter conseguido o apoio do PSDB, PMDB e PV de Olinda, Antonio Campos (PSB) obteve um depoimento do prefeito eleito de SP, João Dória (PSDB), para exibir em seu guia eleitoral.
2º turno > O PSB elegeu um prefeito de capital no 1º turno (Carlos Amastha, de Palmas) e está no segundo no Recife (Geraldo Júlio), Aracaju (Valadares Filho) e Goiânia (Vanderlan Cardoso).
Violeiro > Tido como “morto” até a semana pré-eleitoral, o violeiro Sebastião Dias (PTB) reelegeu-se prefeito de Tabira contra dois candidatos da oposição, um deles do PSB (Zé de Bira).
Perfil > Se o Professor Lupércio (SD), em Olinda, e Manoel Neco (PDT), em Jaboatão, forem encarados pelos eleitores como os “pobres” que lutam contra os “ricos” (Antonio Campos e Anderson Ferreira, respectivamente), saiam da frente! Há vários casos em PE de candidatos eleitos com esse perfil.
A queda > A saída de Alessandro Carvalho da SDS já era esperada desde que o “Pacto pela Vida” começou a fazer água em 2013. Ele ficou mais tempo no cargo do que se esperava porque não é um qualquer, é delegado da PF. Mas não tinha na Casa a liderança que teve o seu antecessor Wilson Damázio.
A jóia > O PMDB saltou de 8 para 16 prefeituras, em Pernambuco, mas a “jóia da coroa” é Caruaru onde seu candidato no 2º turno é Tony Gel. Já o PSB está dividido sobre quem apoiar nesta reta final. O secretário Antonio Figueira (Casa Civil) tem simpatia pelo peemedebista e torce para que o delegado Érick Lessa (PR) faça o mesmo, mas ele já optou pela neutralidade. Mas, qualquer que seja a orientação palaciana, o PSB de lá sairá rachado.