OMS rejeita opção de deixar o coronavírus circular para alcançar imunidade coletiva
A pandemia do novo coronavírus causou mais de um milhão de mortes no mundo desde que o escritório da OMS na China registrou o aparecimento da doença no final de dezembro
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, nesta segunda-feira (12), que "não é uma opção" deixar o novo coronavírus circular livremente para que a população adquira imunidade coletiva, como alguns sugeriram.
"Nunca na história da saúde pública a imunidade coletiva foi usada como estratégia para responder a uma epidemia, muito menos a uma pandemia. É científica e eticamente problemático", declarou o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em coletiva de imprensa.
"Deixar caminho livre para um vírus perigoso, do qual não entendemos tudo, é simplesmente antiético. Não é uma opção", insistiu.
A pandemia do novo coronavírus causou mais de um milhão de mortes no mundo desde que o escritório da OMS na China registrou o aparecimento da doença no final de dezembro.
"A grande maioria das pessoas na maioria dos países pode contrair o vírus. As pesquisas de soroprevalência sugerem que, na maioria dos países, menos de 10% da população foi infectada", detalhou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Ele também explicou que o mundo não sabe muito sobre a imunidade das pessoas que contraíram o vírus e ressaltou que alguns indivíduos foram infectados novamente.
"A maioria das pessoas infectadas com o vírus desenvolve uma resposta imunológica nas primeiras semanas, mas não sabemos se essa resposta é forte ou durável, ou se difere de pessoa para pessoa", explicou.
Ele ressaltou ainda que o conceito de imunidade de rebanho é utilizado nas campanhas de vacinação e lembrou que para a varíola é necessário que 95% da população seja vacinada para que os 5% restantes estejam protegidos. Para a poliomielite, a taxa é de 80%.