Coronavírus

Johnson & Johnson suspende testes de vacina contra Covid-19 por participante doente

A farmacêutica é o décimo laboratório a nível global com testes em fase 3 contra a covid-19, o quarto nos Estados Unidos

Johnson & Johnson - Reprodução

A americana Johnson & Johnson informou na segunda-feira (12) que suspendeu temporariamente seu ensaio clínico da vacina contra covid-19 porque um de seus participantes ficou doente. 

"Interrompemos temporariamente a administração de novas doses em todos os nossos ensaios clínicos da vacina covid-19, incluindo o ensaio ENSEMBLE de fase 3, devido a uma doença inexplicada em um participante do estudo", afirmou a empresa em um comunicado. 

A pausa significa que o sistema de inscrição online foi fechado para o ensaio clínico de 60.000 pacientes, enquanto o comitê independente de segurança do paciente é convocado. A J&J informou que efeitos adversos sérios eram "uma parte esperada de qualquer ensaio clínico, especialmente um grande".

Com base nas diretrizes da empresa, um estudo pode ser interrompido para determinar se o efeito adverso foi provocado pelo medicamento em questão e se o estudo pode ser retomado. 

 

A fase 3 do estudo da Johnson & Johnson começou a recrutar voluntários no final de setembro, com uma meta de inscrever até 60.000 participantes em mais de 200 localidades nos Estados Unidos e em todo o mundo. Os outros países envolvidos nos testes são Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e África do Sul.

A farmacêutica é o décimo laboratório a nível global com testes em fase 3 contra a covid-19, o quarto nos Estados Unidos. A empresa recebeu 1,45 bilhão de dólares do governo americano, parte de uma iniciativa para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus que matou quase 215.000 pessoas no país.

A vacina é baseada em apenas uma dose de um adenovírus que provoca a gripe, modificado para que não se replique, combinado com uma parte do novo coronavírus que usa para invadir as células humanas. A empresa usou a mesma tecnologia para sua vacina contra o ebola, aprovada para comercialização pela Comissão Europeia em julho.

Testes em macacos que foram publicadas na revista Nature mostraram que a vacina criava uma proteção completa ou quase completa contra uma infecção vírus nos pulmões e nariz.