FUTEBOL

Blindagem e equilíbrio: Santa supera adversidades e reina na Série C

Com elenco protegido contra turbulências, Tricolor inicia contagem regressiva para classificação

Danny Morais e Pipico, referências do time e símbolos de sintonia entre setores - Rafael Melo/Arquivo/SFC

Longe da ciência de que uma pandemia estava prestes a chegar, o Santa Cruz não contava com grandes expectativas para o início de 2020. Baseado num passado não tão distante, explica-se o cenário. A marca do terceiro ano consecutivo disputando a Série C do Campeonato Brasileiro alavancou o nível de cobrança, descrédito e distanciamento da torcida, além de questionamentos sobre o que estaria acontecendo com o clube das Multidões, que mesmo diante das dificuldades financeiras, sempre teve registrado na identidade a palavra superação. Hoje, essas perguntas, que também aparecem em forma de reivindicação, aos poucos vão sendo respondidas, sobretudo, graças aos bons resultados obtidos em campo, o último deles contra o Treze, sábado, na Paraíba.

Diferente de anos anteriores, a retórica para os novos caminhos traçados pelo Tricolor ultrapassa os bastidores e se mostra dentro de campo. Vale destacar, muito por conta da blindagem às turbulências políticas internas a qual o elenco foi colocado e incorporou desde o início da temporada. Isso se estende também ao comando de Marcelo Martelotte, que anteriormente deixou claro que o grupo tem trabalhado com tranquilidade no dia a dia com foco na conquista do acesso. "Conquistando esse objetivo, vamos estar colaborando com o futuro do Santa Cruz também. Parte política não cabe a nós, estamos alheio a isso".

No Grupo A da Terceira Divisão, o time se sustenta na liderança de forma incontestável ante os adversários, com 24 pontos. Em 11 jogos, soma somente uma derrota, três empates e sete triunfos, completando seis jogos seguidos sem perder e ostentando 72,7% de aproveitamento. Junto ao aspecto de equilíbrio entre os setores, que mesmo não estando inteiramente sintonizado no duelo do último sábado, contra o Treze/PB, no Amigão, não colocou essa equalização em cheque, conseguindo cumprir o papel de impedir as ações ofensivas do adversário e de marcar gol. Mantendo, inclusive, os oito pontos de distância para o Jacuipense, que ocupa a quinta colocação do grupo, com 16. 

Isso, claro, reflete positivamente nos resultados alcançados na competição. Até aqui, foram nove gols sofridos e 17 marcados, uma média de 1,5 gol por partida, sendo a equipe que mais balançou as redes no campeonato entre as duas chaves. Com o retorno gradual de Paulinho e Chiquinho, junto a Didira, o elenco deve ainda se concentrar em melhorar a transição ofensiva pelo meio de campo, ainda em falta. Por outro lado, a chegada de peças na lateral esquerda e no ataque incorpou o time dentro das necessidades do grupo e da complexidade exigida pela competição. O caminho para a classificação pelas bandas do Arruda virou contagem regressiva.