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Comitê do Senado aprova nomeação de juíza ultraconservadora para a Suprema Corte dos EUA

Trump nomeou Barrett para ocupar a vaga de Ruth Bader Ginsburg, ícone progressista da Justiça americana que morreu em setembro.

Amy Coney Barrett foi indicada para a Suprema Corte dos EUA - Olivier Douliery/AFP

O Comitê Judiciário do Senado dos EUA aprovou, na manhã desta quinta-feira (22), a nomeação da juíza Amy Coney Barrett, feita pelo presidente Donald Trump, para ocupar a vaga vitalícia na Suprema Corte americana. A decisão abre caminho para a votação no plenário que deve confirmar Barrett no cargo na próxima segunda-feira (26).
 
Por 12 votos a zero, os senadores avançaram no cronograma de aprovação ignorando o boicote organizado por dez senadores democratas que fazem parte do Comitê Judiciário mas se recusaram a participar da votação.
 
Trump nomeou Barrett para ocupar a vaga de Ruth Bader Ginsburg, ícone progressista da Justiça americana que morreu em setembro, aos 87 anos. A indicação, entretanto, é contestada pelos democratas por ser muito próxima da eleição marcada para 3 de novembro e ignorar um precedente do governo de Barack Obama.
 


Em 2016, os republicanos do Senado se recusaram a analisar a indicação de Merrick Garland, feita por Obama, sob o argumento de que o processo de confirmação não deveria ocorrer tão próximo das eleições daquele ano.
 
Com o partido de Trump ocupando 53 das 100 cadeiras do Senado neste ano, Barrett deve ser aprovada pela maioria na segunda-feira (26) sem grandes dificuldades. A confirmação também deve ser explorada politicamente por Trump como forma de acenar à sua base mais conservadora e tentar reverter a desvantagem apontada pelas pesquisas de intenção de voto.
 
Com Barrett na Suprema Corte, a mais alta instância da Justiça americana passará a ter ampla maioria conservadora (6 a 3), o que o campo progressista considera uma ameaça de retrocesso em relação à conquistas de direitos civis históricos.