Educação

Apesar de casos de Covid-19 em escolas, instituições seguem com aulas presenciais

No colégio Damas, onde foram registrados alunos com coronavírus, somente a turma dos estudantes está apenas de forma remota; o restante segue indo à escola

No colégio Damas, alguns casos foram notificados - Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

Um dia após emitir uma nota oficial informando que os alunos do terceiro ano estão afastados das aulas presenciais, mas acompanhando os conteúdos de forma remota, o Colégio Damas informou, através de assessoria de imprensa, que apenas os estudantes dos segundo e primeiro anos do ensino médio estão comparecendo ao local, no bairro das Graças. A entrada da reportagem ao colégio não foi autorizada, na manhã desta quinta-feira (22).

Em visita a outras escolas da Região Metropolitana do Recife, a Folha de Pernambuco pôde confirmar que as aulas seguem acontecendo normalmente, dentro dos protocolos de segurança estabelecidos pelo Governo do Estado. 

No Colégio Dom, localizado em Olinda, as aulas presenciais acontecem para as turmas do ensino médio. Parte dos alunos dos primeiros, segundos e terceiros anos comparecem à escola, enquanto a outra parte acompanha o ensinamento ao mesmo tempo, mas de forma remota. 

Questionado sobre os cuidados que a escola vem tendo para evitar a disseminação da Covid-19, o diretor pedagógico da instituição, Arnaldo Mendonça, explicou que os colégios são os locais mais fáceis de evitar que o vírus se espalhe. 

"Os três casos que aconteceram no Damas só vêm confirmar o que dissemos desde o início da pandemia. O único espaço que existe controle da pandemia é na escola. Quando aparece um aluno infectado, todos os demais alunos dessa sala vão para casa assistir às aulas online durante 14 dias. Isso é uma situação de controle. Você não conhece nenhum outro espaço, seja loja, academia, escritório, shopping ou bar, onde aparece um funcionário com infecção e todos os demais se recolhem para trabalhar em home office. Apenas a escola tem esse cuidado e esse controle", explicou o também diretor do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe/PE).

No colégio, era possível ver informativos para prevenção à doença, pias espalhadas pelos corredores com lembretes para os alunos lavarem as mãos, e, nas cadeiras das salas de aula, adesivos marcavam onde os jovens podem ou não sentar. Além disso, os estudantes respeitavam o distanciamento social ao assistir às aulas. 


Na rede estadual, as aulas também seguem acontecendo. No Ginásio Pernambucano, localizado na avenida Cruz Cabugá, no Centro do Recife, a entrada de profissionais da imprensa e de pessoas que não sejam funcionárias da escola não está permitida. Porém, segundo o gestor do local, Daniel Oliveira, os alunos do terceiro ano do ensino médio seguem marcando presença. 

Na próxima quinta-feira (27), os alunos do segundo ano do ensino médio retornam de forma presencial. Na semana seguinte, no dia 3 de novembro, será a vez dos estudantes do primeiro ano aparecerem presencialmente às aulas.

"Nós tivemos a retomada com os alunos do terceiro ano de formato híbrido, então hoje já recebemos os estudantes dos terceiros anos, estão tendo aula normalmente. A outra parte dos alunos estão em casa tendo aula remota. Esse formato vai obedecer toda dinâmica estabelecida pela Secretaria de Educação, para garantir o processo do distanciamento social e dar continuidade às aulas da rede pública de ensino", falou Daniel.

Profissionais
As aulas do último ano do ensino médio da rede estadual foram retomadas em meio a um impasse entre o governo estadual e o Sintepe. Uma decisão da Justiça determinou multa diária de R$ 100 mil caso os professores da rede estadual não retornem às salas de aula.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (22), o Sintepe informa que a Assessoria Jurídica do sindicato foi acionada e analisa as medidas cabíveis. Anuncia também que, nesta sexta (23), a partir das 9h, os profissionais da rede estadual de educação têm uma nova Assembleia Geral programada para debater o assunto. 

O sindicato alega que não foram concluídas as discussões junto ao governo estadual para acertar as condições do retorno do ensino presencial. Segundo o Sintepe, foram verificadas 440 das 750 que ofertam o Ensino Médio. Os profissionais frisam ainda a necessidade de definir critérios de proteção para aqueles que integram o grupo de risco da Covid-19.