Itália vai impor toque de recolher noturno em todo o país por conta da Covid-19
Aumento rápido do número de novos casos gera preocupação no governo italiano
Chefe do governo italiano, Giuseppe Conte anunciou, nesta segunda-feira (2), perante o Parlamento, que vai impor um toque de recolher noturno em nível nacional para conter a propagação da Covid-19. Ele também anunciou que viagens a algumas regiões serão impedidas de acordo com o nível de risco.
"A situação na Itália é grave", afirmou Conte, que pretende também aprovar o fechamento total de museus e exposições, enquanto os centros comerciais fecharão nos fins de semana e feriados.
"Peço que permaneçamos unidos neste momento dramático", pediu Conte na Câmara dos Deputados, que deve assinar o decreto com as novas restrições ainda nesta segunda-feira.
"A prioridade é defender a saúde", reiterou o chefe do governo, após reconhecer ter consciência da "revolta dos cidadãos", em referência às violentas manifestações dos últimos dias em algumas cidades contra as medidas.
A Itália evita, por enquanto, decretar um segundo confinamento nacional, mas o Executivo, a pedido dos especialistas que o assessoram, vai limitar a circulação de pessoas à noite, explicou Conte.
Para evitar que as regiões com menos casos adotem medidas excessivas, serão estabelecidas "três fases de perigo", com restrições de acordo com a taxa de contaminação e os números de casos e internações.
A Itália planeja ampliar a educação à distância e reduzir a capacidade do transporte público em 50%. Também vai proibir os videogames nos bares, enquanto cinemas, teatros, academias e piscinas já estão fechados desde 26 de outubro.
A medida é mantida para restaurantes e bares, que não podem receber clientes após as 18h locais, medida que gerou protestos de donos de restaurantes.
“Ontem (sábado, 1º), registramos 1.930 pessoas em terapia intensiva", ou seja, "um pouco mais da metade" da capacidade que a Itália tem, alertou o chefe de governo.
A Itália registrou quase 30 mil novos casos de coronavírus nas 24 horas no domingo, enquanto os italianos realizaram 180 mil testes para a doença.