Operação no Recife desarticula quadrilha que atuava há 18 anos em fraudes previdenciárias
De acordo com a PF, grupo atuava em 10 estados brasileiros
Suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em fraudes previdenciárias, como recebimento de créditos depois de morte, criação de beneficiários fictícios e atualizações de dados sem contato com titulares, foram alvo da Operação Aturada.
A quadrilha atuava há mais de 18 anos em 10 estados do País, de acordo com a polícia.
A ação, deflagrada na última sexta-feira (30) e divulgada nesta quarta-feira (4), foi feita em parceria entre a Polícia Federal (PF) e a Força-Tarefa Previdenciária e Trabalhista.
Um mandado de busca e apreensão expedido pela 36ª Vara da Justiça Federal foi cumprido em um endereço ligado aos suspeitos em um edifício na rua dos Navegantes, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.
No edifício, segundo a PF, foram apreendidos 25 cartões bancários, três aparelhos celulares e uma Hilux. Todo o material passará por perícia técnica com o objetivo de subsidiar as investigações em andamento.
Os crimes cometidos pela organização criminosa foram inserir dados falsos em sistema de informação, estelionato, uso de documentos falso e associação criminosa, cujas penas ultrapassam os vinte anos de reclusão.
Investigações
De acordo com a PF, os apontados como responsáveis pela fraude usavam documentos falsos e contavam com a ajuda de idosos "laranjas" para criar os beneficiários fictícios de Amparo Social ao Idoso, fazer renovação de senha, comprovação de fé de vida, transferências, empréstimos consignados e mudanças de datas de nascimento e de órgãos pagadores.
A investigação ainda identificou atividades frequentes de recebimento de créditos após a morte dos beneficiários, além de situações de reiteradas atualizações de dados à revelia dos reais titulares dos benefícios, que passavam a ter seus pagamentos depositados em contas criadas pelo grupo.
O cruzamento dos dados nos sistemas corporativos mostrou que a organização criminosa teve participação em pelo menos 227 benefícios suspeitos, que serão encaminhados para revisão do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) segundo a PF.
A ação contínua de detecção dessas fraudes tem proporcionado uma economia de pelo menos R$ 6 milhões em valores que seriam pagos futuramente a esses supostos beneficiários caso o esquema não tivesse sido detectado.