Indústria cresce 2,6% em setembro e elimina perdas na pandemia
Indústria automobilística puxou os resultados do mês
A produção industrial brasileira emendou o quinto mês consecutivo de alta após tombo recorde causado pela pandemia de Covid-19 e eliminou as perdas do pior período da crise.
O crescimento em setembro foi de 2,6% em comparação com o mês anterior, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Nos cinco meses de recuperação, o setor compensou a perda de 27,1% entre março e abril, quando a pandemia atingiu o país e levou ao fechamento de comércio, bares, restaurantes e shoppings, a fim de promover o isolamento social para conter o avanço do coronavírus.
No pico da Covid-19, com tombos de 9,1% em março e 18,8% em abril, a produção industrial brasileira atingiu o pior patamar da história.
No acumulado do ano, a indústria brasileira recuou 7,2%. Em doze meses, retraiu 5,5%. Já na comparação com setembro do ano passado, a indústria cresceu 3,4%, interrompendo dez meses de resultados negativos seguidos nessa comparação.
Mais uma vez, a indústria automobilística puxou os resultados do mês, que teve avanço generalizado em todas as categorias. Em veículos automotores, reboques e carrocerias, a alta foi de 14,1%, com expansão de 1.042,6% em cinco meses consecutivos de crescimento. Porém, o setor ainda está 12,8% abaixo do patamar de fevereiro.
Outras atividades cresceram pelo quinto mês seguido, como máquinas e equipamentos (12,6%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (16,5%) de couro e artigos para viagem e calçados (17,1%).
Já os segmentos de produtos alimentícios (1,2%), metalurgia (3,5%) e produtos de minerais não-metálicos (4,2%) também contribuíram com o resultado de setembro, informou o IBGE.
A indústria foi o setor da economia com maior queda no PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre, quando recuou 12,7%, o maior tombo desde que o IBGE começou a calcular o PIB no formato atual, em 1996.
No trimestre, o PIB brasileiro caiu 9,7%, também um tombo inédito na história da pesquisa. Para economistas, o ritmo da retomada vai depender da recuperação do mercado de trabalho, que ainda não deu sinais de reação à crise provocada pela pandemia.