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Festival de Cinema Argentino destaca obras de diretoras

Filmes de María Luisa Bemberg e María Teresa Costantini serão exibidos pelo YouTube do Consulado da Argentina no Recife

"Camila" (1984), filme indicado ao Oscar, está na programação - Divulgação

Tradicionais adversários no futebol, Brasil e Argentina também costumam mover comparações na sétima arte. Rivalidades à parte, o fato é que o cinema dos nossos hermanos é destaque no mundo todo. Desta sexta-feira (6) até 8 de novembro, o Festival de Cinema Argentino oferece a oportunidade de conhecer uma parte dessa produção.

Realizado pelo Consulado da Argentina no Recife, a mostra ocorre em formato digital, com transmissão no canal da instituição no YouTube. Os filmes exibidos estão disponíveis com legendas em português. Sob o comando de Alejandro Funes Lastra, Cônsul Geral da República da Argentina no Nordeste, o projeto integra as celebrações do Dia da Soberania Nacional, feriado comemorado na Argentina no dia 20 de novembro.

“É a primeira vez que realizamos esse evento. Ele nasceu com o objetivo de termos uma participação ainda mais forte em Pernambuco e difundir a cultura argentina. Desde o ano passado, projetamos a ideia de uma semana de exibições presenciais, em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado. Com a pandemia, no entanto, tivemos que mudar a proposta e fazer online”, explica Darío Daniel Busto, Adido Comercial do Consulado.

A programação homenageia diretoras argentinas renomadas. Uma delas é María Luisa Bemberg (1922-1995), cineasta e ativista do feminismo, sendo uma das fundadoras da Unión Feminista Argentina. Sua obra “Camila” (1984), que integra a programação do festival, chegou a ser escolhida para concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Baseado em uma personagem real, o longa conta a história de amor entre uma jovem de família tradicional e um padre.

De María Luisa, foram selecionados ainda outros três longas. Protagonizado por Julie Christie, “Miss Mary” (1986) conta a história de uma governanta inglesa que passa a trabalhar para uma rica família argentina. O drama biográfico “Eu, a pior de todas” (1990) conta os últimos anos de vida da freira Juana Inés de la Cruz. Já “Nisso não se fala” (1993) é uma fábula estrelada pelo ator italiano Marcello Mastroianni.

Também está na programação a diretora María Teresa Costantini, de 71 anos. No teatro e no cinema, ela atuou, escreveu e dirigiu em vários idiomas. No documentário “Procurando Tita” (2017), que poderá ser visto através da mostra, aborda a vida e a obra da cantora e atriz Tita Merello, popular artista argentina que encarnou o tango humorístico.

“Acreditamos que a principal barreira que existe entre os povos é a língua. O cinema, através das imagens e da visão cultural, aproxima pessoas de diferentes nações. Esses filmes selecionados, particularmente, apresentam temáticas comuns aos dois países. A principal delas é o fortalecimento da imagem da mulher, que as duas diretoras trabalham muito bem”, defende.