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Neozelandeses dizem 'não' à cannabis com fins recreativos e 'sim' à eutanásia

Jacinda Ardern, primeira ministra da Nova Zelândia - Marty MELVILLE / AFP

Os eleitores da Nova Zelândia rejeitaram, por uma pequena maioria em um referendo, a legalização da cannabis para fins recreativos, mas se manifestaram claramente a favor da legalização da eutanásia - apontam os resultados finais de dois referendos publicados nesta sexta-feira (6).

O "não" à legalização da cannabis para fins recreativos obteve 50,7% dos votos, e o "sim" 48,4%, afirmou a Comissão Eleitoral. 

Os neozelandeses foram maciçamente a favor da legalização da eutanásia, com 65,1% dos votos a favor, e 33,7%, contra.

A recém-reeleita primeira-ministra, Jacinda Ardern, comprometeu-se a respeitar o resultado das duas votações. Nesse sentido, é pouco provável que a questão da legalização da maconha seja novamente submetida à consulta popular durante o mandato que acaba de começar.

O resultado apertado estimulará, no entanto, os defensores da legalização a continuarem pressionando por essa reforma.

 

Os dois referendos foram realizados em 17 de outubro, em paralelo às eleições gerais, nas quais Ardern foi reeleita por esmagadora maioria.

A líder foi cautelosa ao expressar seu ponto de vista sobre o uso recreativo da maconha, uma atitude criticada por seus defensores, embora tenha reconhecido que fumou maconha "há muito tempo".

A lei sobre a eutanásia entrará em vigor em novembro de 2021. A norma estipulará que um adulto mentalmente saudável poderá pedir uma dose letal de medicamentos se sofrer de uma doença incurável que pode causar a morte em seis meses de uma forma "insuportavelmente" dolorosa.

O pedido deve ser assinado por seu médico e por um médico independente. Um psiquiatra também deverá ser consultado, se houver dúvida quanto às faculdades mentais do paciente.