EUA

Vitória de Biden e eficácia de vacina fazem Bolsas dispararem e dólar derreter

Segundo a XP, "o cenário Biden nos EUA envolve melhores perspectivas para o conflito comercial contra a China"

Joe Biden - Dominick Reuter / AFP

A segunda-feira (9) é de forte alta de ativos de risco, como ações e mercados emergentes, após a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos e a notícia sobre a eficácia da vacina contra Covid-19 da Pfizer em parceria com a BioNTech.
 
Por volta de 11h35, o Ibovespa, maior índice acionário da Bolsa brasileira, sobe 3,2%, a 104 mil pontos, maior patamar desde agosto. O dólar cai 2,3%, a R$ 5,26, menor valor desde setembro, com a maior parte das moedas emergentes em expressiva valorização.
 
As ações preferenciais (sem direito a voto e mais negociadas) da Petrobras sobem 10,7%, a R$ 21,87. As ordinárias (com direito a voto) têm alta de 10,9%, a R$ 22,04. Ações de bancos também têm forte alta e sobem cerca de 7%.
 
Nos EUA, o índice Dow Jones sobe 5,4% e S&P 500, de 3%, ambos para pontuações recordes. Já a Bolsa de tecnologia Nasdaq tem alta de 1%. Na Europa, a Bolsa de Londres se valoriza 7% e a de Paris, 8%. Frankfurt sobe 6%.
 
As Bolsas asiáticas também fecharam em alta. O índice CSI 300, que reúne as maiores empresas das Bolsas de Xangai e Shenzhen, ganhou 1,96%. Tóquio subiu 2,12% e Hong Kong,1,8%.
 
"O cenário Biden nos EUA envolve melhores perspectivas para o conflito comercial contra a China, além de uma provável maioria. Especula-se ainda que a descendência irlandesa do democrata possa aumentar as chances de acordos comerciais entre EUA e Reino Unido e União Europeia", escreveu a XP Investimentos em relatório a clientes.
 
"Um Senado republicano irá evitar mudanças drásticas defendidas por Biden durante sua campanha, como a reversão da redução dos impostos corporativos implementados durante o mandato de Donald Trump, e uma presidência democrata deve aliviar as tensões com a China. Na fronte econômica, a probabilidade de aprovação de um novo pacote de estímulos econômicos robusto fica reduzida, mas o mercado já mostrou apostar suas fichas no Federal Reserve [banco central americano), que sinalizou estar disposto a promover todo o estímulo necessário", escreveu a equipe da Guide Investimentos em relatório a clientes. A corretora pondera que o maior risco aos mercados ainda é a pandemia, com recorde de casos nos EUA e na Europa.
 
"Biden deve trazer medidas mais drásticas de contenção da doença, mas o tempo que levará para o novo presidente assumir e implementar tais mudanças impede menores preocupações nesta frente. Enquanto isso, na zona do euro, o mercado já parece ter precificado a reintrodução de medidas de distanciamento social. A perspectiva com a distribuição de uma vacina também ajuda a acalmar os ânimos", diz a Guide.


 
A Pfizer divulgou nesta segunda que sua vacina apresentou mais de 90% de eficácia na análise preliminar dos testes de fase 3. Os resultados ainda são parciais e não correspondem à conclusão do ensaio clínico, mas a análise interina, feita quando há um número suficiente de casos da doença em um dos braços do estudo -de intervenção ou que recebeu placebo-, realizada por um comitê externo à companhia, apontou uma eficácia elevada da vacina em proteger contra a Covid-19.