Indústria

Produção industrial de Pernambuco cai 1,3% em setembro, mas permanece em alta

Mesmo com queda, estado tem o melhor desempenho do Nordeste no acumulado do ano

Apesar de queda, setor industrial do estado permanece com bons índices no ano - Divulgação

Pernambuco registrou, pelo segundo mês consecutivo, queda na produção industrial, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de setembro, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas mesmo com a queda de 1,3% em comparação a agosto, o Estado registra alta de 1,8% no acumulado do ano, apresentando o melhor desempenho do Nordeste e o terceiro melhor do País no período, apesar da pandemia da Covid-19. Goiás (2,5%) e Rio de Janeiro (2,2%) também tiveram elevações. Enquanto isso, o Brasil acumula perdas de -7,2% no ano.

O Estado ainda registra a liderança nacional no crescimento acumulado de 2020 em dois segmentos: indústria de bebidas (4,4%) e indústria de borracha e material plástico (8,9%). Estes setores juntos representam 10,2% do valor de produção da indústria de transformação de Pernambuco.
O resultado se repetiu no acumulado dos últimos 12 meses: Rio  (3,6%), Goiás (3,4%) e Pernambuco (1,2%) apresentaram alta, enquanto as demais localidades pesquisadas tiveram índices negativos.

Embora Pernambuco tenha apresentado índices negativos tanto em agosto (-3,6%) quanto em setembro, o Estado teve a quinta maior variação positiva entre os locais pesquisados, de 7,5%, na comparação entre setembro de 2020 e o mesmo período do ano passado. A taxa é superior à média nacional, de 3,4%.

Para o gerente de Desenvolvimento Econômico da Secretaria de Desenvolvimento de Pernambuco, Marcelo Freire, a perda de fôlego em agosto e setembro é natural, pois as taxas foram comparadas com meses que tiveram níveis elevados de aceleração. Maio, junho e julho chegaram a somar alta da ordem de 40,3%. “Conforme o setor passa a crescer expressivamente, sendo mantidos os fatores de produção fixos, a tendência é que haja uma desaceleração no crescimento mensal. Outro fator que pode explicar a redução é a perda da força do auxílio emergencial no poder de compra da população, atingido a camada da indústria (produção), principalmente a de alimentos”, detalhou.

Das 12 atividades industriais pesquisadas no Estado, apenas duas apresentaram queda em setembro em comparação ao mesmo período de 2019: fabricação de outros produtos químicos (-1,2%) e outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (-22,5%).
Jà os destaques da indústria pernambucana em setembro com relação ao mesmo período do ano anterior são a fabricação de produtos de borracha e de material plástico, que registrou a maior alta, de 19%, e produtos de limpeza no geral e higiene pessoal, com variação positiva de 16,7%. Produtos têxteis, minerais não-metálicos e bebidas também aumentaram mais de 10%.  Outro ramo importante e que teve desempenho positivo em setembro foi o de produtos alimentícios, com alta de 4,5% no mês e 14,9% no ano.