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Secretário de Estado dos EUA fala em assinar memorando de 5G com Brasil 'num futuro próximo'

Pompeo disse ter recebido notícias de que governo brasileiro apoia plano de excluir a Huawei, mas não deu detalhes sobre ações

Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano - Jure Makovec/AFP

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse nesta terça-feira (10) que recebeu informações de auxiliares de que o Brasil apoia o plano de excluir a Huawei das estruturas de tecnologia 5G e, sem dar detalhes, acrescentou que espera assinar um memorando sobre o tema "em um futuro próximo", apesar de autoridades brasileiras não garantirem que uma decisão já tenha sido tomada.

O subsecretário de Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente do Departamento de Estado americano, Keith Krach, está no Brasil e Pompeo disse que recebeu as notícias por meio do auxiliar.

"Tive notícias dele nas últimas horas de que o governo brasileiro apoia os princípios do Clean Network e estou confiante de que vamos assinar um memorando de entendimento no futuro próximo. Quero agradecer o Brasil e seus líderes por fazerem isso", afirmou Pompeo.

Clean Network é o nome do plano americano para excluir a gigante chinesa da infraestrutura de tecnologia 5G em diversos países -o leilão no Brasil está previsto para o ano que vem.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça que não há decisão tomada sobre o assunto, mas admitiu que leva em consideração alertas de países como EUA e Reino Unido, que querem bloquear a China.

No fim do mês passado, o embaixador do Brasil em Washington, Nestor Forster, disse que as decisões sobre o leilão da nova tecnologia no país só seriam tomadas no início do ano que vem.

A principal meta dos EUA é banir ou ao menos limitar a participação da empresa chinesa no leilão da frequência no Brasil sob argumento de que a Huawei repassa informações sigilosas para o governo chinês, o que ameaça a segurança de dados do Brasil e a cooperação com os EUA.

O governo Donald Trump prometeu oferecer crédito, por meio de agências oficiais, para as gigantes de telecomunicações do Brasil adquirirem componentes de concorrentes da Huawei.

Nos bastidores, porém, representantes do setor de telecomunicações do Brasil dizem que as empresas têm pouco interesse em comprar equipamentos com financiamento, porque a maior parte da rede atual, de 4G, é dotada de componentes Huawei -Ericsson e Nokia também já participam.

Para fazer a transição para o 5G, seria necessário trocar esse aparato, algo que custaria muito mais do que o próprio fundo americano tem disponível.