Fernando de Noronha

Bolsonaro critica taxas e fala que 'ditador disse: enquanto tiver Covid, não tem turismo'

O presidente participou de um evento sobre a retomada do turismo no Brasil nesta terça-feira (10)

Em evento sobre a retomada do turismo no Brasil, presidente critica medidas protetivas contra a Covid-19 em Fernando de Noronha - Reprodução YouTube

Com críticas contínuas à gestão do arquipélago de Fernando de Noronha, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) continua na jornada para tentar federalizar a Ilha. Nesta terça-feira (10), Bolsonaro fez uma fala de reprovação às taxas cobradas ao turista que visita Noronha durante um evento sobre a retomada do turismo no Brasil. Na ocasião, ele disse: "Aqui, do continente, um ditador disse: enquanto tiver Covid, não tem turismo nesse negócio aí, e fica por isso mesmo", provavelmente referindo-se às atitudes do Governo de Pernambuco. 

No fim de outubro, o senador Flávio Bolsonaro realizou uma viagem para Fernando de Noronha, que foi criticada por ser parcialmente paga com dinheiro público. Após a polêmica envolvendo seu filho, o presidente começou a criticar as altas taxas cobradas para preservação ambiental na Ilha. Uma delas, de âmbito federal. 

"Fernando de Noronha, se alguém quiser ir para lá, tem uma taxa estadual de R$ 73,52 por dia. E uma taxinha federal, para quem quiser ir na praia, de R$ 110. Se você for estrangeiro, passa para R$ 220. Quem vai numa 'pipoca' dessa? Eu não quero falar um palavrão aqui porque eu sou uma pessoa bastante educada. Mas não tem como ir para frente essa 'pipoca', não tem", afirmou Bolsonaro. 

Em nota divulgada na última sexta-feira (6), o Governo do Estado esclareceu que o governo federal aumentou as taxas de preservação ao invés de extingui-lás, como havia prometido. De acordo com o Governo de Pernambuco, o posicionamento com relação à Ilha continua o mesmo da nota anterior. 

No evento, o presidente comentou que vai tentar, com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e com o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, mudar a situação. "Agora, vamos tentar, prezados Ricardo Salles, Marcelo Antônio, ver se o morador de Fernando de Noronha pode decidir sobre seu futuro", sentenciou Bolsonaro 

O presidente chegou a mostrar uma foto da Praia do Sancho, localizada em Noronha, falando que ela não chegou a receber visitas no último feriado. A hospedagem na Ilha foi outro ponto tocado por Bolsonaro. "Uma pousada lá em Fernando de Noronha tá em média 2 mil reais. Para mim, é dinheiro para caramba", comentou. 

Por último, ele criticou o tipo de energia que mantém a Ilha. "Ninguém quase pode ir pra la, é restrição de toda maneira. Tinha até um gerador de energia lá eólico, um passarinho apareceu morto lá embaixo e acabou. Não tem mais energia eólica em Fernando de Noronha. E agora tem uma pequena termelétrica lá, um gerador a óleo diesel, que os caras vão lá com o carro elétrico e recarregam o carrinho lá na geradora movida a diesel. É uma enganação", falou.