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Bancos ING e ABN-Amro encerram operações no Brasil

No caso do ABN-Amro, um ex-executivo da instituição afirmou que o banco estava tentando operação de trade finance, mas não se sustentou

Fachada do escritório ABN AMRO - Divulgação/ABN AMRO

Os bancos holandeses ING e ABN-Amro anunciaram nesta quinta-feira (12) que vão encerrar as operações no Brasil.

No caso do ABN-Amro, um ex-executivo da instituição afirmou que o banco estava tentando operação de trade finance, mas não se sustentou.

Segundo esse executivo, que pediu para que seu nome fosse mantido em sigilo, a companhia chegou a analisar a criação de um banco de varejo digital, mas a empresa percebeu que o investimento seria muito alto para poder competir com as instituições brasileiras e decidiram encerrar a operação aqui.

Já o ING surpreendeu os 90 funcionários brasileiros com o anúncio. A operação no Brasil é rentável –a instituição operava aqui há 35 anos–, mas o banco informou que o retorno não era aceitável. Um executivo do banco, que pediu para que seu nome não fosse revelado, chegou a dizer que tinha sido um grande erro a decisão de fechar o escritório.

Em junho, o banco tinha uma carteira de R$ 838,979 milhões e R$ 4,249 bilhões em ativos totais. Era forte nos segmentos de commodities agrícolas e metálicas, além de transporte e logística.

Além do Brasil, o banco também fechou o escritório da Colômbia e da Argentina e encerrou sua participação na América do Sul.

"Simplesmente não temos sido capazes de obter um retorno aceitável sobre o capital empregado nesta parte do nosso negócio ao longo de vários anos. Portanto, tivemos que olhar com atenção e obter retornos em níveis adequados e o tipo de investimento que seria necessário para sustentar a franquia da América do Sul. Levando todos esses fatores em consideração, uma escolha difícil foi feita", afirmou ING em comunicado.

Um ex-ministro da Fazenda do Brasil, que também pediu que o nome não fosse revelado, disse que essa história vem se repetindo com bancos estrangeiros no Brasil ao longo dos anos.

Segundo ele, as instituições vêm muito animadas com o mercado brasileiro depois de observar o desempenho dos grandes bancos nacionais, mas ao chegar aqui percebem que a operação não é rentável.