Após parabéns da China e falas de Mourão, Bolsonaro segue pelo 7º dia em silêncio sobre Biden
Presidente aumenta isolamento ao se juntar aos poucos países que não parabenizaram o democrata
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), pelo sétimo dia seguido, ignorou nesta sexta-feira (13) a vitória do democrata Joe Biden nos Estados Unidos. O brasileiro se alinha a poucos líderes de nações que não parabenizaram o eleito.
Bolsonaro manifestou durante a campanha eleitoral nos EUA a preferência pela reeleição de Donald Trump. O republicano, no entanto, foi superado pelo democrata e sua vice, Kamala Harris, no sábado (7).
No colégio eleitoral, Biden estava com 279 votos, quando sua vitória foi confirmada por projeções de veículos americanos de imprensa. Nesta sexta, ele chegou a 306 votos, ao conquistar também o Arizona.
Os EUA têm eleições indiretas. Para chegar à Casa Branca, o candidato precisa obter ao menos 270 de 538 votos possíveis. Trump alcançou, segundo as projeções, 232 votos.
Enquanto Bolsonaro fica em silêncio, mais cedo, o vice, Hamilton Mourão, voltou a tratar da eleição nos EUA, adotando uma postura diferente da do presidente. "Como indivíduo, julgo que a vitória do Joe Biden está cada vez mais sendo irreversível [sic]", disse ele.
Bolsonaro, um dia antes, na quinta-feira (12), questionou a apoiadores, de forma irônica, se as eleições já haviam acabado nos EUA. Trump tem posto em xeque as projeções e, sem apresentar provas, dito que houve votos ilegais no pleito.
Desde sábado, Biden já recebeu o cumprimento da grande maioria dos líderes mundiais, entre os quais aliados de Trump, como os premiês de Reino Unido (Boris Johnson) e Israel (Binyamin Netanyahu).
Trump, no entanto, ainda não reconheceu o resultado e tenta reverter sua derrota na Justiça. Nesta sexta, a China parabenizou a chapa democrata pela vitória, ampliando o isolamento de Bolsonaro.
Na entrevista desta sexta, Mourão ressaltou, no entanto, que sua opinião sobre o caso era uma posição pessoal e que o reconhecimento do novo presidente dos EUA é responsabilidade de Bolsonaro.
"Como indivíduo, eu reconheço [os números da apuração da eleição americana], mas temos que olhar que eu não respondo pelo governo", disse.
Depois, o vice-presidente voltou a afirmar que a ação de reconhecimento caberia a Bolsonaro e que isso "brevemente vai acontecer".