Honduras anuncia desocupação obrigatória diante de novo ciclone
"O alerta vermelho ordena a desocupação obrigatória", com a presença da polícia e militares, disse Julissa Mercado, porta-voz da Comissão de Contingência Permanente (Copeco) de Honduras
As autoridades hondurenhas anunciaram nesta sexta-feira (13) desalojamentos forçados de residentes na região norte do Vale do Sula, onde são previstas enchentes devido a um fenômeno tropical no Caribe, em uma região já afetada pela passagem do ciclone Eta, enquanto os moradores da Guatemala foram convocados a fazer evacuações voluntárias.
"O alerta vermelho ordena a desocupação obrigatória", com a presença da polícia e militares, disse Julissa Mercado, porta-voz da Comissão de Contingência Permanente (Copeco) de Honduras, à AFP.
O órgão de proteção civil ratificou nesta sexta-feira "o alerta vermelho por tempo indeterminado" devido à ameaça de uma onda tropical que se estende pelo Caribe, com 90% de probabilidade de ganhar força como depressão tropical ou mesmo como tempestade.
Na Guatemala, a Coordenadora Nacional para a Redução de Desastres (Conred) emitiu recomendações para as províncias de Petén, Izabal e Alta Verapaz (norte e nordeste), que ainda mantêm comunidades afetadas pelo Eta.
A instituição pediu aos habitantes que evitem se aproximar de rios com vazão aumentada e outras áreas de risco, assim como tomar a iniciativa de partirem "se for necessário" aos abrigos mais próximos.
"Nossos solos estão saturados e é previsível que tenhamos consequências a lamentar de novo na infraestrutura e na agricultura", disse o presidente guatemalteco, Alejandro Giammattei, a respeito da aproximação do novo ciclone, após se reunir na Cidade da Guatemala com seu contraparte hondurenho, Juan Orlando Hernández.
Se o fenômeno se tornar uma tempestade tropical, será chamada de Iota. Segue um rumo semelhante ao do Eta, que atingiu o Caribe Norte, na Nicarágua, como um furacão de categoria 4.
O Eta causou o transbordamento dos grandiosos rios Ulúa, Chamelecón, Humuya e outros nas proximidades de San Pedro Sula, 180 km ao norte da capital.
No restante de Honduras, houve deslizamentos de terra que, juntos, deixaram mais de 60 mortos e 2,7 milhões de pessoas afetadas.
O Eta causou mais de 200 mortes na América Central nos primeiros dias de novembro, segundo estimativas oficiais.
Segundo autoridades da Copeco, mais de 40.000 pessoas ainda permanecem em abrigos em Honduras, pois suas casas foram inundadas, segundo as autoridades da Copeco.