Santa Cruz

Martelotte mostra insatisfação com postura tática da equipe, e ressalta: 'vencemos pela garra'

Apesar da vitória por 2x0 sobre o Remo, o treinador destacou o baixo poder de marcação do time e apontou o quesito superação como trunfo

Marcelo Martelotte, técnico do Santa Cruz - Rafael Melo/Santa Cruz

Realista e sem arrodeios, o técnico Marcelo Martelotte não se mostrou satisfeito com o rendimento do Santa Cruz em alguns aspectos da vitória por 2x0 sobre o Remo/PA, nessa sexta, no Mangueirão, pela 15ª rodada da Série C do Campeonato Brasileiro 2020. Sem muitas alternativas, devido ao grande número de desfalques, o treinador pontuou falhas na postura tática da equipe, principalmente no quesito marcação, que foi a grande pedra no sapato do Tricolor diante do time azulino. 

Sem Perí, suspenso pelo terceiro cartão amarelo - mesmo não conferindo grande versatilidade técnica ao time, fez falta nesse sentido - Leonan ficou encabeçado de assumir a lateral esquerda, enquanto Bileu foi improvisado na ala direita, na vaga provisória de Augusto Potiguar. Ao longo do primeiro tempo, os dois lados ficaram expostos na fragilidade de uma marcação apática imposta pelo time tricolor. O comandante coral avaliou o posicionamento do time, e atriubuiu o triunfo a três simples palavras: garra, vontade e superação. 

"Eu acho que a gente pecou nesse sentido (tático) em alguns momentos. Tivemos dificuldade no encaixe da marcação do adversário, por isso ficamos menos com a bola, principalmente até o momento da expulsão do jogador deles. A partir dali, a gente teve uma facilidade maior para ter a posse de bola. Mas no primeiro tempo tivemos dificuldade no posicionamento, nas dobras de marcação e até na própria posse de bola, o adversário teve melhores momentos que a gente. Acho que o grande fator foi a superação, foi a vontade dos jogadores. Foi um jogo que a gente não rendeu o melhor do nosso jogo em si. Mas vencemos pela garra, pela vontade e a superação que esses jogadores tiveram nos momentos mais difíceis do jogo", analisou.

Para o treinador, os erros também foram evidenciados pela grande quantidade de defesas que o arqueiro Maycon Cleiton precisou fazer na partida, sendo ele o grande destaque do sofrido triunfo tricolor. "Ele participou muito mais do que eu gostaria e esse é um dos indicativos de que a gente teve problemas com a marcação, a quantidade de defesas difíceis que o Maycon fez. Para a nossa sorte, ele está do nosso lado", comentou.



Na altura dos 43 minutos da etapa inicial, o técnico foi obrigado a mexer no time, após Bileu reclamar de um desconforto. Com isso, Lourenço precisou recuar para a lateral direita e Jeremias - substituto de Bileu - jogou no apoio, mas avançado na ponta, e foi o responsável por abrir o placar para os corais após assistência de Leonan, que, dentro de suas características, funciona muito melhor quando serve de apoio ao setor ofensivo. Martelotte explicou a configuração do time. 

"Foi uma improvisação de momento, mas era uma alternativa que a gente já tinha na cabeça porque entre os jogadores que puderam ser convocados, a opção que a gente tinha, caso da perda do Bileu por qualquer motivo que fosse, era utilizar Lourenço ali porque sabíamos que ele tinha atuado como lateral em alguns jogos no Avaí e conhece a função, apesar de não ter treinador no Santa Cruz ainda nessa posição. A ideia de colocarmos Jeremias, é porque sabemos que ele tinha uma condição de ajudar Lourenço no momento sem a bola e a gente ficaria com os dois para poder funcionar bem na chegada na frente. Foi uma alternativa pela saída do Bileu, mas, mesmo com a improvisação, foi dentro de algo que a gente já sabia ser possível fazer", finalizou.

O Santa Cruz volta a campo às 19h do próximo sábado (21), contra o Manaus, no Arruda. Na quinta posição do Grupo A, com 19 pontos, a equipe manauara ainda tenta uma vaga no quadrangular decisivo. Já classificado, por outro lado, o Tricolor quer aproveitar os próximos três duelos restantes da primeira fase para manter a regularidade visando a página mais difícil da competição.