BOLÍVIA

Presidente da Bolívia nomeia nova cúpula militar e pede garantias para seu governo

Luis Arce, presidente eleito da Bolívia - AP Photo/Juan Karita

O presidente da Bolívia, Luis Arce, renovou o alto comando militar nesta segunda-feira (16) e pediu às Forças Armadas que garantissem a estabilidade do seu governo, um ano depois que eles retiraram o apoio ao mentor, o ex-presidente Evo Morales.  

Arce pediu aos novos dirigentes militares que trabalhem juntos "para defender a democracia, a paz social, assim como garantir a estabilidade do nosso governo, eleito pela vontade soberana do povo no marco da Constituição Política do Estado".

As mudanças militares geralmente ocorrem em dezembro ou janeiro de cada ano, mas o novo presidente optou por fazê-lo uma semana após assumir o poder. 

O alto comando demitido foi apontado várias vezes no passado pelo ex-presidente Morales por ter participado de um suposto golpe há um ano. 

Durante cerimônia pública realizada no Palácio Presidencial, Arce afirmou que "hoje temos o grande desafio de que o povo boliviano volte a confiar nas Forças Armadas, a confiança de que as Forças Armadas respeitarão os processos democráticos". 

Em novembro de 2019, os policiais uniformizados pediram a Morales que se afastasse, após semanas de protestos dos cidadãos sobre o resultado oficial de uma eleição em que foi denunciada uma fraude relativa à reeleição do então governante indígena, que presidia o país desde 2006.

Os policiais se revoltaram dias antes de os militares retirarem seu apoio. Morales então apresentou sua renúncia e foi para o exílio no México, antes de se mudar um mês depois para a Argentina, de onde voltou na semana passada. 

O atual presidente Luis Arce nomeou os nove chefes militares que serão liderados pelo general Jaime Zabala, nomeado comandante-chefe. 

No ato, o novo governante afirmou que as Forças Armadas são a instituição de "segurança e defesa integral do Estado".

"Deixemos que a unidade nacional, a estabilidade, o interesse coletivo e a integração nos permitam abandonar o ódio e da intolerância" porque o país precisa, concluiu Zabala. 

A oposição a Morales sempre denunciou que o ex-presidente colocou os militares a serviço de sua causa política.