Fundação Palmares

'Madame Satã e Marighella nunca serão nossos heróis', diz presidente da Palmares

Sergio Camargo anunciou que a inclusão de militares e policiais negros na lista de personalidades da fundação

Sérgio Camargo - Reprodução/Twitter

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, afirmou nesta terça (17) que "Madame Satã e Marighella nunca serão nossos heróis". 
 
A declaração foi feita no Twitter. "A partir desta quarta-feira, a Palmares anunciará a inclusão de militares e policiais negros na lista, que se destacaram por seus feitos de natureza heroico/patriótica", afirmou Camargo antes de se referir a Madame Satã e Marighella. "Somos pró-policia, lei e ordem", completou.

 



 
Em outubro, o nome de Madame Satã havia sido retirado da lista de personalidades negras da Fundação Palmares.
 
João Francisco dos Santos foi um pernambucano que chegou ao Rio de Janeiro no início do século passado. Gay, negro e pai adotivo de sete filhos, ele se transformava à noite nos palcos dos cabarés da Lapa na figura de Madame Satã. A Fundação Palmares justificou sua retirada da lista pela ficha criminal.
 
Já o guerrilheiro Carlos Marighella foi líder de um movimento de resistência contra a ditadura militar, na década de 1960.
 
O longa "Marighella", dirigido por Wagner Moura, deve ser lançado em abril de 2021 e terá exibições em Salvador agora, marcando celebrações do Dia da Consciência Negra. O filme teve sua estreia adiada várias vezes, inicialmente por problemas com a Ancine e depois por causa da pandemia do novo coronavírus.
 
Na semana passada, Camargo havia anunciado que nomes como Elza Soares e Gilberto Gil seriam excluídos da lista de personalidades da fundação, já que ali só haveria homenagens póstumas. Camargo também anunciou a entrada de Mussum, Wilson Simonal, Luiz Melodia e João do Pulo.
 
A Fundação Palmares foi criada em 1988 com o objetivo de preservar a cultura negra, mas Camargo já afirmou que não dará nenhum suporte ao Dia da Consciência Negra, que será comemorado nesta sexta (20).
 
Instituído como feriado em 2011, a data é atribuída à morte de Zumbi do Palmares, líder quilombola brasileiro que viveu no século 17. A comemoração é realizada em mais de mil cidades e em Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro por meio de decreto estadual.