Doze milhões de desempregados americanos podem perder benefícios após o Natal
Milhões de americanos que perderam o emprego deixarão de receber ajuda do governo no fim de dezembro
Milhões de americanos que perderam o emprego durante as demissões em massa provocadas pela pandemia do novo coronavírus deixarão de receber ajuda do governo no fim de dezembro, a menos que o Congresso aja, revelou um estudo publicado nesta quarta-feira (18).
Em março, os legisladores aprovaram a Lei CARES, dotada de 2,2 trilhões de dólares, que expandiu a rede de segurança aos desempregados em uma economia combalida pela covid-19, oferecendo benefícios a trabalhadores que normalmente não têm acesso a eles, e estendendo a duração em que americanos desocupados podem recebê-lo.
Mas o financiamento destes programas expira em 26 de dezembro e o 'think tank' democrata The Century Foundation estima que cerca de 12 milhões de trabalhadores vão deixar de receber os benefícios dos dois principais programas de auxílio ao desemprego quando isto ocorrer.
"Esse corte ameaça puxar o tapete de uma economia que já viu milhões de trabalhadores perderem seus seguros-desemprego estaduais neste outono", alertou o estudo do 'think tank', sediado em Nova York.
Em Washington, os legisladores negociam há meses a aprovação de medidas para estender a Lei CARES. Mas democratas e republicanos não têm conseguido chegar a um acordo sobre o montante e no que o mesmo deve ser gasto, e há poucas razões para acreditar que ocorra algum avanço antes da nova legislatura, em janeiro.
Os Estados Unidos são o país mais afetado do mundo pelo novo coronavírus, com mais de 250 mil mortes desde o início da pandemia, segundo contagem da Universidade Johs Hopkins, divulgada nesta quarta-feira.
Os fechamentos de empresas para conter a disseminação da covid-19 levaram as taxas de desemprego a alcançar 14,7% em abril, quando milhões de pessoas davam entrada a novos pedidos de seguros-desemprego a cada semana.
No entanto, as medidas dos estados para reabrir, bem como as ajudas a pequenos negócios e pagamentos a indivíduos, disponibilizados pela lei CARES, ajudaram a economia a se recuperar, reduzindo a taxa de desemprego a 6,9% em outubro.
Contudo, o Departamento do Trabalho informou que os 10,1 milhões de empregos perdidos durante a pandemia ainda não foram recuperados e os novos pedidos de seguro-desemprego beiram os 700.000, ainda acima da pior semana da crise financeira global, de 2008 a 2010.
O The Century Foundation estima em seu estudo que 7,3 milhões de pessoas que recebem benefícios da Assistência ao Desemprego na Pandemia, pagos a trabalhadores autônomos e outros que normalmente não são habilitados a recebê-los, perderão a ajuda em 26 de dezembro, enquanto 945.000 adicionais verão seus benefícios expirarem nas semanas seguintes.
Outros 4,6 milhões de trabalhadores, que se beneficiam da Compensação de Desemprego de Emergência Pandêmica, que fornece ajuda de longo prazo a trabalhadores desempregados, perderão seus benefícios na mesma data. Mas alguns deles conseguirão manter os benefícios em 2021, dependendo do estado em que residirem.