EUA

Pela última vez, Trump perdoa peru pelo Dia de Ação de Graças

Presidente fez primeira aparição pública após autorizar transição formal de poder

Donald Trump - Brendan Smialowski / AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, perdoou um peru pelo Dia de Ação de Graças, dando continuidade a uma tradição da Casa Branca.

"O Dia de Ação de Graças é uma data especial para os perus. Acho que provavelmente uma não muito boa, se você for pensar", disse em um rápido discurso, que não incluiu menções à conjuntura política do país.

Nos jardins da Casa Branca e em frente a fileiras de convidados –a maioria de máscara– Trump ergueu a mão e concedeu perdão formal a um peru branco de 17 quilos chamado Corn (milho). "Corn, por meio deste te concedo perdão completo", disse.

Desde 1947, a Federação Nacional de Criadores de Peru dá à Casa Branca um peru vivo e dois mortos para o Dia de Ação de Graças, feriado nacional que remete ao banquete dado pelos colonos do país após sua primeira colheita, em 1621.

A tradição de perdoar o peru vivo começou como uma piada do presidente Richard Nixon em 1987, que enviou o pássaro a um zoológico em vez de servi-lo. A prática foi formalizada na gestão de George H. W. Bush (1989-1993) e é realizada anualmente desde então.

Há mitos discrepantes de que os primeiros presidentes a poupar o peru da ceia –que, neste ano, acontece na quinta-feira (26)– teriam sido Abraham Lincoln (1861-1865) ou Harry Truman (1945-1953), mas que não têm respaldo histórico.

A cerimônia foi uma das raras aparições públicas de Trump após sua derrota eleitoral para Joe Biden, anunciada no dia 7. Desde que perdeu –e deu início a uma batalha política, jurídica e midiática para dificultar a transição de poder– o presidente tem se isolado e evitado falar publicamente sobre o tema, ainda que siga tuitando de forma virulenta sobre sua tese sem embasamento em fatos de que a eleição teria sido fraudada.

Também foi a primeira aparição de Trump após sua autorização do início da transição formal de poder, assinada na segunda-feira (23). Sem reconhecer oficialmente a derrota, ele escreveu no Twitter que permitiu a Administração de Serviços Gerais (GSA, na sigla em inglês) a iniciar os protocolos.

Nos EUA, assim que um novo presidente é eleito, a GSA autoriza de maneira formal o início da transição.

Para isso, a agência assina uma carta que libera recursos para pagamento de salários e apoio administrativo aos novos funcionários, além do acesso à burocracia americana –neste ano, o valor total é estimado em US$ 9,9 milhões (R$ 52,97 milhões).

A equipe do presidente eleito disse que o atraso estava ameaçando a segurança nacional e dificultando as ações de combate à pandemia de coronavírus.