Violência contra candidatos aumenta em 2020, aponta TSE
A maioria desses registros ocorreu de setembro a novembro, período de campanha eleitoral, que neste ano teve o início adiado devido à pandemia
Entre janeiro e novembro deste ano, foram registrados 99 casos de homicídio tentado ou consumado contra candidatos e pré-candidatos nas eleições municipais. Tais crimes integram um universo de 263 registros feitos no período, que incluem ameaças e lesão corporal contra políticos que participaram da disputa.
A maioria desses registros ocorreu de setembro a novembro, período de campanha eleitoral, que neste ano teve o início adiado devido à pandemia. Nestes últimos dois meses, foram 200 ocorrências registradas contra candidatos, o que representa 76% dos casos.
Em relação aos casos de tentativa ou de homicídios cometidos, 83% foram registrados em municípios com menos de 200 mil eleitores. Quase metade desses registros, 49%, ocorreu na primeira quinzena de novembro, incluso aí dois casos na data do primeiro turno de votações no país, realizado no dia 15.
O levantamento foi consolidado pela assessoria especial de segurança e inteligência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a partir de informações das organizações Instituto Terra de Direitos e Justiça Global, além do Ministério da Justiça e Segurança Pública e de notícias veiculadas pela imprensa.
O estudo mostra ainda uma tendência se aumento da violência contra políticos no país desde as eleições presidenciais de 2018. Naquele ano, marcado pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em março, e pelo atentado a faca contra o então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, em setembro, 46 candidatos foram alvos de ataques.
No ano seguinte ao pleito, o número saltou para 136 registros. Comparando os dados preliminares de 2020 ao cenário em 2018, já houve um aumento de quase 472% nos casos.