Polícia Civil conclui investigação sobre PM achado morto dentro de carro no Recife
Policial havia desaparecido em 24 de outubro e foi encontrado morto em 2 de novembro, em Boa Viagem
Inquérito da Polícia Civil de Pernambuco concluiu que a causa da morte do policial militar Igor Bernardo dos Santos Gomes, de 24 anos, foi suicídio. O PM havia desaparecido em 24 de outubro e foi encontrado morto em 2 de novembro, na rua Carlos Pereira Falcão, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.
Segundo a Polícia Civil, em coletiva de imprensa para divulgação dos detalhes do inquérito realizada nesta quinta-feira (3), imagens de câmeras de monitoramento são fundamentais para a conclusão do inquérito, uma vez que análises de informática forense indicaram que não houve edição no material.
"Sem dúvidas, foi uma ação suicida. Todas as perícias foram realizadas, as imagens foram analisadas pela perícia e pela equipe de investigação e mostram desde o momento que o veículo é estacionado até ele ser localizado. Ninguém entrou nem saiu do veículo", detalhou o delegado Francisco Júnior, titular da Delegacia de Pessoas Desaparecidas.
O delegado acrescenta que as buscas se concentraram nos trajetos repassados pela família à polícia. "A localização foi feita após a ampla divulgação do desaparecimento. Conhecidos da ex-namorada passaram pelo local [onde estava o carro], informaram e ela repassou à polícia", disse Francisco Júnior.
O carro, um Toyota Etios, tinha películas nos vidros muito escuras, o que dificultou a visualização do corpo do policial Igor no interior. "As imagens mostram que várias pessoas enconstaram no carro e estacionaram ao lado", contou o delegado, acrescentando que não foi possível, a partir das imagens, determinar o momento exato do disparo, como algum clarão intenso.
Outras análises, no entanto, apontam que o tiro foi dado no mesmo dia do desaparecimento, 24 de outubro. "Não houve nenhum barulho relatado. Essa rua é bastante movimentada para estacionamentos provisórios de carros", continuou Francisco Júnior.
De acordo com o perito criminal Diego Costa, que participou dos trabalhos de investigação, foram feitas perícias dentro do veículo no local do crime. "Averiguamos a arma e os elementos balísticos encontrados no corpo da vítima e também no carro. A arma utilizada foi a do próprio Igor. Também foram feitos exames no IML para ver a questão da linha do tiro", detalhou.
O corpo passou por um grande processo de decomposição, o que abriu a possibilidade de não se encontrarem resíduos de arma de fogo por causa da decomposição, principalmente chumbo.
"Não é possível a gente determinar com precisão a data da morte, mas as características de decomposição do corpo e levando em consideração o lugar onde estava, um carro, que gerava muito calor, exposição ao sol, um ambiente de estufa, dá uma precisão de oito a dez dias, o que leva acreditar que ele morreu depois de estacionar", argumentou Diego Costa.
A família de Igor fala na possibilidade de solicitar a exumação do corpo. Para o delegado, essa é uma questão jurídica. "O inquérito está sendo concluído. O médico perito tentou colher material, mas pelo estado do corpo não foi possível. Não se faz necessária a exumação, mas a família poderá solicitar ao juiz", concluiu o delegado Francisco Júnior.