Polícia apreende gravações de Renato Russo, mas é incerto que haja inéditas
Não se sabe em que estado está o material, que inclui fitas master, as originais a partir da qual as reproduções são feitas.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro apreendeu 91 itens relativos à banda Legião Urbana, nesta quarta (9), num depósito no bairro do Cordovil, zona norte do Rio de Janeiro, em uma operação intitulada Tempo Perdido.
O conjunto - composto por fitas K-7, fitas master e CDs - "estava extraviado e ninguém sabia onde estava, não havia documentação de que este material poderia estar neste galpão", segundo Elenita Fogaça, assessora de Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo e seu herdeiro.
Não se sabe em que estado está o material, que inclui fitas master, as originais a partir da qual as reproduções são feitas.
Além disso, "é impossível a gente saber o que é inédito ou não", diz Fogaça. "Isso precisa ser avaliado, catalogado, estudado, para ver o que é ou não."
De acordo com informações da rede CNN, contudo, o delegado responsável pelo caso, Mauricio Demetrio, informou que haveria ao menos uma música totalmente inédita, além de 40 versões alternativas de faixas da banda, incluindo uma versão em reggae do sucesso "Faroeste Caboclo" -a original é um folk. Procurado, Demetrio não respondeu aos contatos da reportagem.
Fogaça não confirmou se o depósito onde o material foi encontrado era usado pela Universal, gravadora hoje responsável pelos fonogramas da banda. A assessoria da gravadora não retornou o contato da reportagem.
Fogaça relata ainda que Manfredini ficou emocionado ao reconhecer a letra de seu pai nas fitas. Ele foi chamado a comparecer na delegacia na Cidade da Polícia, complexo também na zona norte carioca, e manuseou o material, que chegou ao local em uma van.
A busca por músicas inéditas de Renato Russo movimenta o universo em torno da Legião Urbana e já havia sido alvo da operação Será -em referência a um dos maiores sucessos da banda-, no final de outubro.
Na ocasião, a polícia do Rio afirmou ter apreendido 30 composições supostamente inéditas de Renato Russo, que estariam em posse do jornalista Marcelo Froes, responsável por um grande levantamento do trabalho do vocalista depois de sua morte.
Carlos Trilha, ex-produtor dos discos solo de Renato Russo, afirmou à Folha de S.Paulo na época que não há música inédita do cantor que já não tenha sido publicada, mas sim alguns poemas e letras, rascunhados em cadernos, que ainda não vieram a público.