Vacina contra Covid-19

EUA inicia grande operação para distribuir primeiras vacinas contra Covid-19

Pfizer estima que 20 aviões transportarão suas vacinas diariamente para populações de todo o país

Avião com carga de doses da vacina contra Covid-19 - Rey Del Rio/Getty Images via AFP

Milhões de vacinas contra a Covid-19, armazenadas a -70° C em gelo seco, estão sendo enviadas para todos os cantos dos Estados Unidos: uma gigantesca operação de distribuição logística que começou neste domingo (13) com o objetivo de administrar as primeiras doses na segunda-feira (14). 

Essa impressionante exibição reflete o senso de urgência na principal potência econômica mundial, onde quase 300 mil pessoas já morreram com o novo coronavírus, o equivalente à população de uma cidade como Cincinnati (Ohio, noroeste). 

Um exército de caminhões carregados com milhares de doses da vacina Pfizer/BioNTech, embaladas em caixas contendo até 4.725 injeções cada, deixou a fábrica da Pfizer em Kalamazoo, Michigan (norte) neste domingo, rumo a centros estratégicos das empresas UPS e FedEx parcel services, que serão responsáveis pela sua distribuição. 

A Pfizer estima que 20 aviões transportarão suas vacinas diariamente para populações de todo o país, incluindo a tribo nativa americana dos Navajo, que foi duramente atingida pela pandemia.

"Esperança"
O objetivo é entregar o primeiro lote de vacinas em 24 horas a todos os hospitais e locais que o solicitarem e vacinar os primeiros americanos imediatamente.

"Tenho esperança de que isso seja feito muito rapidamente. Esperançosamente amanhã (segunda-feira)", disse o chefe da Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, Stephen Hahn, à CNN. 

Por precaução, das 6,4 milhões de doses disponíveis, apenas metade será entregue, sendo o restante reservado para a segunda dose necessária três semanas depois. 

Nessa primeira fase, cerca de três milhões de pessoas serão imunizadas. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) recomendaram priorizar residentes de lares de idosos (3 milhões de pessoas) e profissionais de saúde (21 milhões). 

A vacina da dupla alemã-americana Pfizer/BioNTech, da qual o governo dos Estados Unidos comprou 100 milhões de doses, é 95% eficaz e já começou a ser administrada no Reino Unido.
 

"Um inferno"
Porém, diante dessas boas notícias, as autoridades temem que os americanos baixem a guarda. 

O país continua a registrar um número recorde de infecções, regularmente excedendo 200 mil casos e atingindo até 3 mil mortes diárias. 

Os Estados Unidos são o país mais afetado pela pandemia, com mais de 16 milhões de infecções registradas e quase 300 mortes por Covid-19. Entretanto, o número real de mortos está subestimado devido à falta de evidências no início da pandemia. 

Ao contrário da primeira onda da primavera boreal, desta vez o surto atinge todo o país. 

E embora as primeiras vacinações em seu estado estejam marcadas para terça-feira, o governador de Nova Jersey, Phil Murphy, disse que espera uma pandemia "infernal" nas próximas semanas, exortando os residentes a evitar grandes reuniões familiares durante a temporada de férias. 

Para atingir a imunidade coletiva, sinônimo de retorno à normalidade, entre 75% e 80% da população dos Estados Unidos precisaria ser vacinada, alertam os especialistas. 

Isso não acontecerá antes de "maio ou junho", segundo Moncef Slaoui, assessor científico da operação de vacinação do governo.