Judô: cinco medalhistas olímpicos são promovidos a Kôdansha (6º Dan)
Criada pelo Instituto Kodokan, prêmio reconhece destaques do esporte
Homenagear ídolos do judô brasileiro. Esse foi o objetivo da Confederação nacional da modalidade (CBJ) na cerimônia da noite desta terça-feira (15), em Pindamonhangaba, interior de São Paulo. Sarah Menezes (ouro em Londres 2012), Tiago Camilo (prata em Sydney 2000 e bronze em Pequim 2008), Leandro Guilheiro (bronze em Atenas 2004 e Pequim 2008), Flavio Canto (bronze em Atenas 2004) e Carlos Honorato (prata em Sydney 2000) foram promovidos à faixa Vermelha e Branca 6º Dan. E passam a ostentar o título de Kôdansha. Ao lado deles, esteve o presidente da Federação de Judô do Estado do Rio Grande do Norte, Tibério Maribondo, que também recebeu sua promoção ao 6º Dan. Kôdansha é um título de alta graduação, específico do Judô criado pelo Instituto Kodokan, e que deve ser outorgado àqueles que se empenharam no aprendizado, na prática contínua, na demonstração da sua eficiência técnica, e à devida dedicação no ensino, no estudo e na pesquisa do Judô. Portanto, é depositário e responsável pela difusão dos princípios filosóficos e educacionais do Judô, preconizados pelo Mestre Jigoro Kano.
“Para mim, essa promoção é uma honra. Fico muito feliz e consigo relembrar do meu início no judô com 9 anos de idade, uma carreira brilhante, altos e baixos também e, agora, essa conquista inédita. Só tenho que agradecer, pelos feitos que tive, pela minha carreira e a todos que estiveram comigo”, resumiu a campeã olímpica Sarah Menezes à equipe da CBJ.
“Nunca imaginei que aconteceria tão rápido. E veio em um momento bem oportuno. Simboliza a minha aposentadoria dos tatames, que é uma coisa que muita gente ainda não tinha entendido, o que tinha acontecido, não sabia. E, para mim, representa, simbolicamente, realmente o meu adeus ao judô competitivo”, falou Leandro Guilheiro à CBJ.
“É um dia super especial. Para mim é uma baita honra receber essa graduação ao lado de pessoas que eu admiro tanto. Acho que é uma cultura muito positiva pensando em Confederação Brasileira de Judô. Outros países já fazem isso e é uma maneira de reconhecimento, de prestígio de pessoas que dedicaram a vida ao judô e que agora fazem parte de um grupo seleto”, comentou Flavio Canto.
Para Carlos Honorato, falando também ao time da Confederação nacional, "o reconhecimento é mais uma etapa de crescimento na vida de todos nós.” Tiago Camilo disse que a homenagem "é uma marca que ficará para todos os atletas que trilharam esse caminho que nós trilhamos. Eles verão que existe um reconhecimento pós-carreira". Tibério Maribondo, dirigente da Federação potiguar lembrou dos "38 anos vestindo o quimono. São 27 anos como faixa-preta. E, sem dúvida, o meu melhor sonho não seria como hoje, da forma como está sendo, estando ao lado dos nossos ídolos do judô, medalhistas olímpicos e receber a mesma graduação que eles, no mesmo dia, na frente da seleção brasileira.”
Os cinco atletas homenageados desta terça se encaixam nas novas normas de graduação estabelecidos pela CBJ em portaria publicada no dia 04 de novembro de 2020, que valoriza ainda mais os atletas e medalhistas olímpicos brasileiros. “Para reformular os critérios, buscamos referências de outros países que já adotam esse critério de promoção e aproveitamos para fazer essa outorga nesta semana em que realizaremos também o Encontro Nacional de Kôdanshas a partir da próxima sexta-feira. Hoje são esses cinco atletas homenageados mais o presidente Tibério, que já tinha carência e eu trouxe para esse momento para valorizar ainda mais todos os seguimentos. Estamos atentos a todos: árbitros, atletas, técnicos, veteranos, kôdanshas, com um olhar muito especial. Essa ação continuará e vai a todos os atletas que se encaixarem nos novos critérios”, explicou o presidente da CBJ, Silvio Acácio Borges durante a cerimônia.