Emmanuel Macron, presidente da França, recebe diagnóstico de Covid-19
Macron ficará isolado pelos próximos sete dias, mas continuará a governar o país de forma remota.
O presidente da França, Emmanuel Macron, 42, recebeu diagnóstico de Covid-19 nesta quinta-feira (17), de acordo com um anúncio do governo francês. "Esse diagnóstico foi feito após um teste de PCR realizado no início dos primeiros sintomas", afirma o comunicado.
Segundo a nota, Macron ficará isolado pelos próximos sete dias, mas continuará a governar o país de forma remota. Um porta-voz do Palácio do Eliseu disse que todas as viagens do líder francês foram canceladas, incluindo uma visita ao Líbano agendada para o próximo dia 22. Segundo seus assessores, o presidente leva um estilo de vida saudável, exercita-se regularmente e não fuma.
A primeira-dama da França, Brigitte Macron, 67, também ficará em isolamento, embora, segundo seu gabinete, ela não apresente sintomas de infecção e tenha obtido resultado negativo no teste de detecção do patógeno.
No início da noite (horário de Paris) desta quinta, o líder francês participou de uma videoconferência sobre sua política de ajuda externa usando máscara de proteção.
Ainda não está claro onde Macron contraiu o vírus, mas uma das suspeitas é a de que ele tenha sido exposto ao vírus durante reunião de chefes de Estado no Conselho Europeu, em Bruxelas, na semana passada.
Na segunda-feira (14), o presidente francês também participou de um debate de quatro horas de duração após o qual anunciou um referendo para incluir a defesa do clima e a preservação ambiental na Constituição francesa. Macron usou máscara durante o evento, em que havia dezenas de pessoas.
Ao longo da semana, ele também se reuniu com o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, 66, com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, 44, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, 62, e com o premiê de Portugal, António Costa, 59.
Costa anunciou o cancelamento de viagens oficiais nos próximos dias enquanto aguarda o resultado do teste a que foi submetido. Michel, apesar de ter resultado negativo em exame realizado na terça, também decidiu ficar isolado por precaução. No Twitter, desejou uma recuperação rápida ao presidente francês.
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, 48, anunciou que também entrará em isolamento pelos próximos sete dias. De acordo com um comunicado divulgado pelo seu gabinete, Sánchez se reuniu com Macron na última segunda-feira (14). Ele foi submetido a um novo teste que teve resultado negativo, assim como o premiê irlandês, Micheál Martin, que foi testado por precaução.
O primeiro-ministro da França, Jean Castex, 55, também ficará em quarentena depois de ter estado em contato com Macron nos últimos dias. O premiê não apresenta sintomas e também foi submetido a um teste de diagnóstico cujo resultado foi negativo. Por fim, líderes partidários no Senado e na Assembleia Nacional também decidiram se isolar depois de terem almoçado com Macron no início da semana.
O líder francês agora integra uma lista de chefes de Estado que tiveram Covid-19, como o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, 65, o americano, Donald Trump, 74, e o premiê britânico, Boris Johnson, 56.
Boris, que chegou a ser internado em uma UTI durante o período em que esteve infectado, expressou solidariedade a Macron por meio de duas publicações no Twitter, em inglês e francês.
"Lamento ouvir que meu amigo Emmanuel Macron recebeu diagnóstico positivo para coronavírus. Todos nós desejamos a você uma rápida recuperação", escreveu o primeiro-ministro.
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, 48, que contraiu a doença no final de outubro, também se solidarizou. "Tendo sido afetado por este vírus, desejo-lhe uma boa recuperação. Todos nós estamos unidos na luta contra a pandemia."
Von der Leyen expressou seus votos de melhoras e disse que está totalmente com Macron. "Esta pandemia, vamos derrotá-la juntos.
Continuaremos a trabalhar de mãos dadas para imunizar e proteger nossos cidadãos."
Também nesta quinta, a líder alemã anunciou que os países-membros da União Europeia começarão a vacinar suas populações contra o coronavírus a partir de 27 de dezembro. "É o momento da Europa. Em 27, 28 e 29 de dezembro, a vacinação terá início em toda a União Europeia. Protegemos nossos cidadãos juntos. Juntos somos mais fortes", escreveu Von der Leyen em outra publicação no Twitter.
A presidente da Comissão Europeia já havia manifestado o objetivo de que os países começassem suas campanhas de vacinação juntos. As normas permitem que os membros da UE adotem individualmente decisões sobre o início da imunização, mas o bloco prefere uma ação unificada para evitar que algumas regiões fiquem atrasadas.
Desde a terça-feira (15), vigora na França um toque de recolher das 20h às 6h (no horário local) como esforço para conter o crescimento no número de novos casos de coronavírus no país.
A restrição valerá inclusive na noite de Ano Novo, e a única exceção será a noite de 24 de dezembro, quando os franceses poderão se reunir para celebrar o Natal.
O país já viveu momentos piores desde o início da pandemia, mas, após um confinamento decretado no final de outubro que ajudou a diminuir o número de novas infecções, a situação epidemiológica do país voltou a se agravar.
Até esta quinta-feira (17), a França confirmou 2,4 milhões de casos e mais de 59 mil mortes por coronavírus, de acordo com dados compilados pela Universidade Johns Hopkins.