Parlamentares manifestaram repúdio a assédio sofrido pela deputada Isa Penna, de São Paulo
A moção de solidariedade foi proposta pela deputada Erika Kokay (PT-DF) e pelo deputado Enio Verri (PT-PR)
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta sexta-feira (18), de forma unânime, moção de solidariedade à deputada estadual Isa Penna (Psol), de São Paulo, que sofreu assédio sexual do também deputado estadual Fernando Cury (Cidadania). O ato foi gravado por câmeras na Assembleia Legislativa do estado.
A moção de solidariedade foi proposta pela deputada Erika Kokay (PT-DF) e pelo deputado Enio Verri (PT-PR). "A violência de gênero vem agregada a outros momentos de violência no nosso País. É como se as mulheres não pudessem ocupar nosso espaço no poder. Que a deputada sinta que não está só, que não vamos naturalizar este tipo de violência", disse Kokay.
O deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR) afirmou que o ato de Fernando Cury é deplorável. "Nosso partido já tomou providência, afastando-o de todos os seus cargos partidários", declarou. Rubens Bueno destacou que a agressão se deu dentro de uma instituição legislativa.
Do mesmo partido de Isa Penna, a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) agradeceu às manifestações de várias bancadas. "Isa Penna sofreu uma agressão, um assédio nojento, um machismo descarado por parte de um deputado estadual. A Câmara se manifestar de forma unânime fortalece a luta contra a violência política e sexual, em defesa das nossas mulheres. Se uma deputada estadual passa por isso em uma assembleia legislativa, o conjunto das mulheres também sofre no transporte coletivo, no metrô", afirmou.
A deputada Lídice da Mata (PSB-BA) também declarou sua solidariedade a Isa Penna. "Eu que já tenho quase 40 anos de vida pública e já vivi muitos momentos de violência contra a mulher na política, confesso que nunca tinha visto uma cena tão chocante como aquela. Mais chocante foi ver o depoimento daquela representante do povo, em lágrimas, na tribuna, denunciando sua humilhação, aquela violência contra ela e todas as mulheres."
Conselho de Ética
Solidário à moção, o líder do Novo, deputado Paulo Ganime (Novo-RJ), também cobrou a instalação do Conselho de Ética da Câmara para julgar processos contra os deputados Flordelis (PSD-RJ) e Wilson Santiago (PTB-PB). "São casos gravíssimos e vergonhosos para esta Casa. A gente perde credibilidade de fazer moção em relação a outra casa legislativa quando a gente não faz o nosso trabalho", ponderou.