Taxa de reprodução do coronavírus cai em Pernambuco, mas segue acima de 1, aponta comitê científico
Número, que indica falta de controle da doença, indica possibilidade de contágio a partir de pessoas contaminadas
Dados do boletim do Comite Científico de Combate ao Coronavírus (C4) indicam que a taxa de reprodução (Rt) do coronavírus Sars-CoV-2 em Pernambuco caiu na comparação entre novembro e dezembro, segundo divulgou a entidade no final da noite de segunda-feira (21).
Segundo o comitê, a taxa de reprodução no Estado em 12 de dezembro estava em 1,16 - ou seja, cada 100 pessoas contaminadas podem transmitir o vírus para outras 116 pessoas. Taxas acima de 1 indicam falta de controle da disseminação.
Em 14 de novembro, a Rt era de 1,34, o maior desde que o C4 começou a analisar os índices, em julho.
Pernambuco ainda apresenta indicadores de riscos pandêmico e epidêmico altos, segundo o comitê.
"Das 22 cidades monitoradas em Pernambuco que se encontravam em risco moderado, 21 voltaram ao nível de risco alto. No geral, todo o Estado continua em risco alto e em surto pandêmico de infecção para Covid-19 com óbitos em dezenas/dia e novos casos ultrapassando mil por dia, ambos com tendência de aumento", explicou o comitê no boletim.
O boletim também aponta que os casos ativos da Covid-19 diagnosticados em Pernambuco seguem a tendência mundial de aumento da doença, diferente do que foi visto no início da pandemia, quando Pernambuco começou a apresentar os casos semanas depois dos primeiros locais de surto, como China, Itália e Estados Unidos.
Cidades com Rt acima de 1 por pelo menos 14 dias e taxa de ocupação dos leitos de UTI deveriam instituir o isolamento social rígido conhecido como lockdown, segundo o comitê.
Comissão nacional de vacinação
O C4 indica que os governadores do País devem criar uma espécie de comissão nacional de vacinação para viabilizar as doses dos imunizantes anti-Covid para a população.
"A recomendação é que os governadores negociem com fornecedores de vacinas que tenham tido sua eficácia e segurança demonstradas em estudos clínicos de fase 3, e que tenham sido aprovadas para uso, quer pela Anvisa, quer por instituições reconhecidas internacionalmente como o FDA americano e o CDC europeu. Dada a situação sem precedente histórico, o Comitê Científico recomenda que vacinas aprovadas por estes organismos internacionais sejam consideradas para uso emergencial na região Nordeste, mesmo antes da aprovação formal da Anvisa", explica o comitê.