Rússia não espera 'nada bom' da administração Biden
A declaração do vice-ministro das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, acontece a menos de um mês da posse do presidente eleito nos EUA
A menos de um mês da posse de Joe Biden, a Rússia afirmou nesta quarta-feira (23) que não espera "nada bom" da futura administração dos Estados Unidos, guiada pela "russofobia", em um momento de grande tensão entre os dois países, devido a um gigantesco ciberataque.
"Não esperamos nada bom" do futuro presidente, afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, à agência de notícias Interfax.
"Seria estranho esperar algo bom de pessoas que, em muitos casos, fizeram carreira com a russofobia, derramando fel sobre meu país", completou o diplomata, um dos principais nomes do governo russo para as relações com as Américas e a não proliferação do armamento.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, também declarou que não vê "nada positivo" em perspectiva.
Na terça-feira (22), o presidente eleito Joe Biden prometeu que responderia ao gigantesco ciberataque executado contra o governo dos Estados Unidos e atribuído à Rússia.
"Quando conhecermos a extensão do dano e, de fato, quem é o responsável formalmente, pode ter certeza de que responderemos", disse o futuro presidente.
Biden também criticou Donald Trump por minimizar o suposto papel da Rússia, depois que membros de sua administração denunciaram a responsabilidade de Moscou nos ataques direcionados aos serviços federais dos Estados Unidos.
Washington adotou múltiplas sanções contra a Rússia, devido, principalmente, à ação de hackers e às acusações de interferência na eleição presidencial de 2016.
De acordo com os democratas, Moscou fez de tudo para ajudar a vitória de Trump há quatro anos.
O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, afirmou nesta quarta-feira que as recentes medidas americanas contra empresas russas e chinesas refletem "a política hostil dos Estados Unidos" e prometeu uma "resposta".
"Tudo vai de mal a pior. Tem sido a característica dos últimos quatro anos, e não temos a sensação de que a tendência vai mudar", declarou Riabkov.