Audiovisual

Impulsionados pela pandemia, serviços de streaming se multiplicaram em 2020

O ano foi marcado pelo lançamento de plataformas de grandes empresas e iniciativas independentes

"Casa da Vó" é a série de estreia da Wolo TV - Julio Limiro/Divulgação

A ascensão dos serviços de streaming no mercado audiovisual é algo que já vem sendo anunciado com alarde há alguns anos. Com a pandemia e as mudanças de hábito provocadas por ela, no entanto, ver filmes e séries nessas plataformas se tornou ainda mais comum.

Uma pesquisa realizada no mês de junho pela empresa de informação, dados e medição Nielsen Brasil mostrou que 42,8% dos brasileiros entrevistados assiste a conteúdos de streaming diariamente. Outro levantamento, este feito pela Conviva, revelou que a audiência desse tipo de serviço cresceu 20% globalmente só no primeiro mês da pandemia, em março.

O Globoplay, plataforma da Rede Globo, registrou um aumento de 145% no número de assinantes no primeiro semestre do ano. Já a Netflix, uma das líderes do mercado, conquistou quase 16 milhões de novas assinaturas até o primeiro trimestre. Dados do Ibope revelados em junho mostram ainda que, pela primeira vez, o índice de audiência do streaming superou o da TV por assinatura no Brasil.

Não foi apenas o consumo de streaming que cresceu. Ao longo de 2020, os brasileiros viram a oferta de plataformas ficar mais diversa. A Disney + chegou ao País em novembro, batendo de frente com empresas populares, como Netflix, Globoplay e Amazon Prime Video. Mas o estúdio do Mickey não foi o único a entrar de cabeça no mercado nacional.

A ViacomCBS, dona de marcas como MTV, Nickelodeon e Comedy Central, lançou no início de dezembro a Pluto TV. Os conteúdos podem ser acessados em canais temáticos ao vivo ou on demand, de forma gratuita. “Teocracia em Vertigem”, novo especial natalino do Porta dos Fundos, está entre as atrações. Outro serviço que estreou por aqui neste mês, o DirecTV Go, oferece 90 canais fechados e abertos, além de filmes e séries avulsos, com mensalidade a partir de R$ 59,90.

Pluto TV conta com conteúdo gratuito (Foto: Divulgação)

Para os fãs de animes, a Funimation começou a operar no País em novembro. O catálogo conta com cerca de 200 produções, como “My Hero Academia”, “Attack on Titan” e “Full Metal Panic!”. Existe a possibilidade de assistir aos títulos online gratuitamente, com anúncios, ou assinar a conta Premium por R$ 24,90 ao mês. A plataforma pertence à Sony, que no começo de dezembro também comprou a Crunchyroll, principal concorrente no exterior.

Mas nem só de empresas estrangeiras ou serviços de grandes empresas de comunicação vive o mercado de streaming. Com o fechamento de salas de cinemas durante a pandemia, iniciativas brasileiras independentes surgiram com força. É o caso do Filme Filme, empreendimento da distribuidora Pagu Pictures lançado em março. Oferece longas de ficção, curtas e documentários de diversas nacionalidades, com planos de R$ 10 (mensal) ou R$ 96 (anual).

O Cine Belas Artes, tradicional cinema de rua de São Paulo, conta com o Belas Artes à La Carte. O acervo mescla lançamentos e clássicos da cinefilia, como “A felicidade não se compra”, “Metrópolis” e “Um conto chinês”. A mensalidade custa R $9,90 e também há a opção de alugar alguns filmes individualmente.

Especializada em filmes de arte, a distribuidora brasileira Supo Mungam lançou sua própria plataforma de streaming em dezembro. Batizado de Supo Mungam Plus, o serviço tem tem assinatura mensal (R$ 23,90) e anual (R$199,90), apostando em obras restauradas e que passaram por grandes festivais de cinema. Também neste mês entrou no ar a WoloTV, com foco na representatividade negra. Por enquanto, a única produção da plataforma é “Casa da Vó”, série em cinco episódios estrelada por Margareth Menezes, disponível por R$ 8,99.

Para o ano de 2021 o público brasileiro pode esperar ainda mais opções no streaming. Um dos lançamentos previstos é o da HBO Max, da Warner, que já funciona em outros países. Novidades como “Matrix 4” e “O Esquadrão Suicida” devem chegar simultaneamente nas salas de cinema e na plataforma. A Disney deve oferecer mais um serviço, o Star+, com filmes e séries focados no público adulto e conteúdo esportivo. Também deve entrar com tudo na guerra dos streamings a Paramount+, que abrigará o conteúdo pago da ViacomCBS.