PRISÃO

UE pede à China libertação imediata da jornalista cidadã Zhang Zhan

Zhan foi condenada a quatro anos de prisão por "provocar disputas e problemas" durante sua cobertura nas redes sociais dos estágios iniciais do surto de Covid-19 no epicentro de Wuhan

Zhan teria provocado "disputas e problemas" durante sua cobertura nas redes sociais dos estágios iniciais do surto de Covid-19 em Wuhan - Foto: Handout/Youtube/AFP

A União Europeia pediu à China, nesta terça-feira (29), a libertação imediata da "jornalista cidadã" Zhang Zhan, condenada a quatro anos de prisão, assim como de várias outras pessoas detidas por seu ativismo em defesa dos direitos humanos.

Zhang foi condenada a quatro anos de prisão, na segunda-feira (28), por "provocar disputas e problemas" durante sua cobertura nas redes sociais dos estágios iniciais do surto de Covid-19 no epicentro de Wuhan, relatou seu advogado. 

"Antes de sua prisão, Zhang havia informado sobre a pandemia de coronavírus em Wuhan", disse o porta-voz da política externa da UE, Peter Stano, em um comunicado.

Em sua nota, Stano observou que, de acordo com "fontes confiáveis, Zhang foi submetida a tortura e maus-tratos durante sua detenção, e sua saúde piorou seriamente. É fundamental que ela receba a assistência médica adequada".

Bruxelas também exigiu a libertação de Yu Wensheng, um advogado defensor dos direitos humanos, preso em 13 de dezembro. "A União Europeia pede a libertação imediata de Zhang Zhan, Yu Wensheng e de outros defensores dos direitos humanos detidos e condenados", disse o comunicado. 

A nota menciona os ativistas "Li Yuhan, Huang Qi, Ge Jueping, Qin Yongmin, Gao Zhisheng, Ilham Tohti, Tashi Wangchuk, Wu Gan e Liu Feiyue". 

A preocupação de Bruxelas sobre o destino desses ativistas chineses e jornalistas independentes foi tornada pública, apesar do impulso da UE para assinar um grande acordo de investimento com a China. 

Vários eurodeputados manifestaram sua preocupação com o fato de o acordo, negociado ao longo de sete anos, enviar um sinal equivocado sobre os direitos humanos. Na véspera, porém, os representantes permanentes dos 27 países da UE deram sinal verde à assinatura do acordo.