Pesquisa constata presença de cavalos-marinhos em estuários de Suape
Presença de exemplares do peixe é indicador de boa qualidade da água e equilíbrio entre as espécies
A presença de cavalos-marinhos nos estuários de Suape, no Litoral Sul de Pernambuco, foi constatada pela primeira etapa de uma pesquisa realizada pelo Instituto Hippocampus em águas próximas ao complexo portuário.
Segundo o instituto, a presença do peixe indica boa qualidade da água e equilíbrio da espécies locais.
O monitoramento está sendo feito através de um convênio entre o instituto e Suape, firmado em novembro deste ano. O campo da pesquisa compreende os estuários dos rios Tatuoca, Massangana, Ipojuca, Merepe e na área do Porto Externo de Suape.
Além de mergulhos para pesquisa nesses pontos, também ocorrerá o acompanhamento da atividade pesqueira no ambiente estuarino, para observar se existe captura acidental dos animais, uma das principais causas da ameaça de extinção do cavalo-marinho.
O contrato ainda prevê atividade de educação ambiental, a partir de encontros mensais com pescadores de Suape, a fim de sensibilizá-los sobre a importância do animal para o bioma marinho.
O diretor de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Suape, Carlos André Cavalcanti, comemora os resultados iniciais. “O cavalo-marinho é um bioindicador de qualidade ambiental, ou seja, sua presença no estuário é prova de equilíbrio entre as espécies e de boa qualidade da água, pois trata-se de um peixe extremamente sensível a poluentes. Onde há cavalos-marinhos significa que o lugar tem condições boas para as demais espécies marítimas”, explica.
“Estamos coletando material genético dos cavalos-marinhos para nosso banco de dados e nos preparando para um possível revigoramento populacional, caso haja necessidade, ao final do estudo. Mantemos um laboratório de reprodução implantado no Cetreino de Suape que já abriga o plantel de reprodutores de Maracaípe, onde continuamente eles têm se reproduzido e os juvenis liberados no Pontal de Maracaípe”, afirma a bióloga e coordenadora do Hippocampus, Rosana Beatriz Silveira.
Instituto Hippocampus
Desde janeiro de 2016, o instituto, que atualmente sobrevive por meio de doações e parcerias, está sem patrocínio fixo para manter as suas atividades de preservação do cavalo-marinho. Por isso, precisou sair da sede que mantinha em Porto de Galinhas, há mais de 20 anos, e o Complexo de Suape cedeu, pelo período de um ano, um espaço no Centro de Treinamento (Cetreino) para que o instituto mantenha suas atividades de pesquisa e a espécie se reproduza.
Desde o início das atividades da entidade no Cetreino, já nasceram mais de 8.900 cavalos-marinhos em Suape. Todos devolvidos aos locais de origem de seus pais, Maracaípe.