'CovidFest' lota Ipanema e não esvazia nem com chegada da PM
Rio chegou nesta quarta a 14.743 mortos por Covid-19
Cenas na areia de Ipanema abarrotada de jovens, numa festa que começou na tarde de quarta-feira (30) e varou a madrugada, fizeram da praia carioca o novo símbolo do descaso com a segunda onda de Covid-19 num Brasil que beira as 200 mil mortes pelo vírus.
Os vídeos espraiados por redes socias foram capturados na altura da rua Farme de Amoedo, point LGBTI do Rio de Janeiro. "Olha como está a praia. Simplesmente lotado uma hora dessa. Não tem mais festa, mas elas não deitam", diz um rapaz numa gravação que mostra centenas de homens, a maioria só de sunga, no lusco-fusco. Não há ninguém com máscara.
Em outro vídeo, com o sol ainda a pino, há um ou outro com algum tipo de cobertura na cabeça: bonés e chapéus de palha. De novo, zero máscara.
Essa foi apenas uma das festas ilegais que tomaram a orla da cidade, bloqueada para o Réveillon como forma de mitigar aglomerações. Nas redes, as celebrações ganharam o irônico título de CovidFest.
"Somos uma tragédia ambulante", escreveu um internauta ao comentar as imagens que viralizaram de pessoas dançando e bebendo em Ipanema.
"Juro que quando vi os vídeos que estão circulando enxerguei um cemitério com vários túmulos amontoados", disse outro rapaz.
A Polícia Militar diz estar "desempenhando esforços para atuar nesse complexo momento e conscientizar a população sobre as regras previstas nos decretos da pandemia". Não sabe quantificar quantos eventos do tipo foram desbaratados pelos policiais.
A PM atuou em Ipanema, mas, mesmo após interromper a festança, muitos homens continuaram na areia e no calçadão.
A Prefeitura do Rio diz que intensificou a fiscalização para a manhã desta quinta-feira (31) e a noite da virada.
O município chegou nesta quarta a 14.743 mortos por Covid-19. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a taxa de ocupação na UTI do SUS para pacientes com o vírus (que inclui leitos de unidades municipais, estaduais e federais) é de 92%.