Coronavírus

Novo ano começa com EUA superando 20 milhões de casos de Covid-19

A maior economia do mundo fracassa em seus esforços para controlar a pandemia

Coronavírus nos Estados Unidos - Mark RALSTON / AFP

Os Estados Unidos deram início a 2021 superando 20 milhões de casos de covid-19, informou a Universidade Johns Hopkins nesta sexta-feira. A maior economia do mundo fracassa em seus esforços para controlar o novo coronavírus, que continua se espalhando rapidamente pelo país e já causou mais de 346 mil mortes.

A esperança mundial de que as vacinas encerrem rapidamente a pandemia foram colocadas por terra com o começo lento do programa de imunização nos Estados Unidos, afetado por problemas logísticos e hospitais sobrecarregados. Quase 2,8 milhões de americanos já receberam a primeira dose, mas o número é bem inferior às 20 milhões de doses que o governo de Donald Trump havia prometido distribuir em 2020.

A corrida pela vacinação deve dominar o ano que se inicia, enquanto a doença já causou 1,8 milhão de mortes no mundo, segundo um balanço da AFP com base em números oficiais.

A empresa alemã BioNTech comunicou hoje que trabalha intensamente para aumentar a produção de sua vacina e suprir a escassez causada pela falta de outros imunizantes aprovados na Europa. "A situação atual não é fácil, existe um rombo devido à ausência de outras vacinas aprovadas, e temos que preencher esse espaço", declarou o fundador da BioNTech Ugur Sahin à revista alemã "Der Spiegel".

- Restrições prorrogadas -

As críticas relacionadas à lentidão na distribuição da vacina aumentaram nos últimos dias. Na Alemanha, autoridades sanitárias se queixaram de que funcionários da área médica seguem aguardando os imunizantes, apesar de fazerem parte do grupo prioritário. A França registrou queixa semelhante.

O governo francês anunciou hoje que o toque de recolher noturno nacional será prorrogado em 15 regiões onde o número de infecções é elevado. A restrição às saídas começará às 18h, em vez de 20h. "O vírus continua se espalhando, mas de forma diferente entre as regiões", explicou um porta-voz do governo, confirmando que teatros, cinemas e casas de espetáculos não poderão reabrir no próximo dia 7.

- Contágio nas férias -

As pessoas que viajaram de trem entre Londres e Paris no primeiro dia após o Brexit passaram por inspeções adicionais, mas pareciam mais preocupadas com as novas regras exigidas pela pandemia. "Não deveria ter vindo para casa nas férias, mas houve uma emergência. Comprei minha passagem na última hora, com um teste que custa 200 libras", contou a francesa Stephanie Bapes, 35, que mora em Londres.

Especialistas acreditam que o pior está por vir em nível global e preveem um aumento pronunciado do número de casos e mortos após as semanas de férias. Segundo a Universidade Johns Hopkings, os Estados Unidos alcançaram um recorde de mortes diárias na última quarta-feira, com mais de 3.900 óbitos em 24 horas.

O presidente eleito, Joe Biden, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, criticou a entrega problemática da vacina, confirmando esta semana que ele invocará um decreto da época da Guerra da Coreia (1950-1953) para forçar a indústria privada a aumentar sua produção para o governo.