Música

Minas da graxa se unem para fortalecer as trabalhadoras da cultura

Movimento surge intuito de se organizar coletivamente e criar uma campanha para ajudar no ofício das mulheres que trabalham na indústria da música

Multiartista Catarina Dee Jah é uma das Minas da Graxa - Divulgação

No meio musical é muito comum ouvir a expressão “graxa” para se referir, carinhosamente, aos profissionais que atuam na montagem de palcos, som, luz, a equipe técnica de bandas, artistas, eventos, festivais e locadoras de equipamentos.

Brincando com essa terminologia, e homenageando essa parcela importante do setor produtivo, surgiu, através de uma conversa entre a artista Catarina de Jah e a roadie Raynnara Lima, o movimento batizado como “Minas da Graxa”, com o intuito de se organizar coletivamente e criar uma campanha para ajudar no ofício das mulheres que trabalham na indústria da música, um dos setores mais afetados pela pandemia.

A busca da mulher por mais espaço no mundo da graxa tem avançado expressivamente nos últimos anos e a pandemia forçou uma pausa completa do setor, prejudicando várias trabalhadoras. “Nesse cenário atual, várias profissionais do ramo de eventos estão com suas atividades paradas, sem contar com o fato de serviços domésticos e os cuidados com crianças e idosos, que majoritariamente a responsabilidade recai sobre pessoas do sexo feminino e ainda há o aumento da taxa de violência doméstica durante o isolamento social, tornando o momento ainda mais delicado”, esclarece Raynnara, produtora cultural e representante do grupo. 

A campanha consiste na arrecadação de fundos para ajudar financeiramente essas profissionais, a partir de algumas ações, como a criação de um catálogo. “Criamos um cadastro para entender quem são, onde moram e do que estão precisando essas mulheres. Também desenvolvemos uma vaquinha on-line, que nos possibilitou iniciar o processo de produção das camisas, e com a venda das mesmas, vamos dar um auxílio para as profissionais cadastradas”, explicou Raynnara. 

Movimento trabalha na confecção de camisetas

Além de Raynnara Lima e Catarina Dee Jah, o movimento conta com as artistas Sam Silva, Gabi da Pele Preta, Vitoria do Pífano, as colaboradoras Cika Favel (roadie), Noelle Marão (produtora) Raynnara Lima (roadie), Mariama da Mata (produtora), o Coletivo Nativa e várias outras técnicas, artistas e produtoras que atuam em Pernambuco.

A produtora garante que há várias formas de ajudar o movimento. “Podem ajudar na compra das camisetas, na distribuição dessas camisetas para venda em pontos comerciais, na doação de outros produtos, na divulgação, somando na campanha com parcerias que poderiam ser: um vídeo de apoio e mandar pra gente compartilhar a causa ou fazer alguma doação de alguma arte, ou algum produto manual para colocarmos à venda como quadros, camisetas e CDs”, disse.  

Em uma conjuntura das mais difíceis para o setor de cultura, a união coletiva se prova uma alternativa viável para se fortalecer. Segundo Raynnara, a ideia para o futuro é galgar mais parcerias para que sejam desenvolvidos novos produtos cuja venda seja revertida para as profissionais. Os interessados em apoiar o movimento, basta entrar em contato através do instagram @minasdagraxa.