Diva: a vulva cravada na Mata Sul que discute violências de gênero
Inicialmente atacada com discursos misóginos, a arte abriu espaço para discussões sociais que vão desde a luta de classes à violência de gênero no País
Uma vagina de 33 metros, 16 de largura e 6 de profundidade em Água Preta, na Mata Sul de Pernambuco, foi um dos assuntos mais debatidos e difundidos nas redes sociais no feriadão que deu início ao ano. De nome próprio, “Diva”, a obra da artista plástica está cravada no chão da antiga Usina Santa Terezinha, atual Usina de Arte. Inicialmente atacada com discursos misóginos, a arte abriu espaço para discussões sociais que vão desde a luta de classes à violência de gênero no País.
Juliana Notari não esperava a reverberação internacional. “Eu não esperava essa repercussão nacional e internacional. Ela está causando e por um bom lado também. Tem muitos ataques machistas, agressivos, mas também está levantando questões importantes, efeitos da colonização. E importantes que sejam colocados neste momento, onde a gente vive uma onda fascista, de discurso de ódio”, explica a artista, que trabalha também com outras linguagens - fotografia, performance, videoinstalação, desenho, objetos.
Diva está cravada em uma montanha nas instalações da Usina de Arte, um projeto que tem como objetivo o desenvolvimento socioeconômico da comunidade da Usina Santa Terezinha. O espaço integra cultura, arte, meio ambiente, artesanato, turismo e tecnologia e tem abertura ao público como um grande complexo artístico. Mesmo apresentada agora, “Diva” se complementa à Obra de Notari, que fomenta discussões de violências de gênero no seu catálogo artístico.