RECIFE

Companheiro de manicure é preso por feminicídio e ocultação de cadáver

Corpo da vítima foi resgatado pelos Bombeiros nesta terça-feira (5), no Rio Tejipió

Maurício, 42 anos, foi preso por feminicídio e ocultação do cadáver - Arquivo Pessoal

O companheiro da manicure Dione Gomes Silva Nascimento, de 40 anos, foi preso em flagrante na tarde desta terça-feira (5) horas depois de o corpo da mulher ter sido encontrado no Rio Tejipió, na Zona Oeste do Recife. De acordo com a polícia, Maurício Alves de Andrade, de 42 anos, foi detido por feminicídio e ocultação de cadáver.

Maurício se apresentou à sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoas (DHPP), no bairro do Cordeiro, acompanhado de um advogado. Na chegada à unidade, o suspeito foi agredido por populares com socos e tapas. Gritos de "assassino" e "estuprador" também foram ouvidos. Familiares de Dione estavam no DHPP, além de uma filha de Maurício.

A prisão foi efetuada pelo delegado Francisco Océlio, da 3ª Delegacia de Homicídios. Depois de a prisão ser efetuada, o suspeito seguiu para o Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, onde passou por exames. Em seguida, retornou para o DHPP, onde está sendo colhido o seu depoimento.

A expectativa é que a audiência de custódia, que decidirá pela permanência da prisão ou não do suspeito, seja realizada nesta quarta-feira (6). 

De acordo com o delegado Francisco Océlio, da 3ª Delegacia de Homicídios, todos os indícios apontam que Maurício é o responsável pelo crime. "Temos o depoimento de um amigo dele que diz ter ajudado a pegar o corpo, envolver em um lençol, botar no carro e supostamente socorrer a vítima sem saber que ela já estava morta e que seria jogada no rio. Apesar de ter sido liberado no primeiro momento ele pode ser autuado como cúmplice no crime de ocultação de cadáver", disse Océlio.

Ainda segundo o delegado, a casa onde o suspeito morava passou por perícia e foram encontradas várias manchas de sangue após o uso de luminol. No carro de Maurício também foi detectado sangue nos bancos traseiros e dianteiro. "A perícia vai me dizer se quando ela caiu ainda estava com vida, mas acho pouco provável por conta dos golpes que foram encontrados no pescoço", disse o delegado. A arma do crime ainda não foi encontrada.

Entenda o caso
Dione Gomes estava desaparecida deste o último domingo (3). A filha da manicure, Dayana Nascimento, de 22 anos, contou à equipe da Folha de Pernambuco que a mãe dela estava na casa do namorado, na Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, desde o último sábado (2). No domingo pela manhã, a filha tentou falar com a mãe pelo celular e já não conseguiu porque o telefone estava fora de área. 

Dayana então foi até a casa do companheiro da mãe, e o marido da prima dele disse que ele teria jogado o corpo de Dione no rio Tejipió, pela ponte Motocolombó. O companheiro de Dione não estava no local. Assim que soube, os familiares de Dione acionaram o Corpo de Bombeiros, que iniciou as buscas do corpo no final da tarde do domingo.

O corpo da manicure foi encontrado pelo Corpo de Bombeirros na manhã desta terça-feira, distante cinco quilômetrosde onde familiares de Dione afirmaram que ela teria sido jogada por seu companheiro após sofrer feminicídio.

Após analisar o corpo, o perito criminalista da Polícia Civil Victor Sá viu indícios de lesões ao lado do pescoço, o que pode indicar a causa da morte."Quem vai confirmar com exames complementares é o Instituto Médico Legal (IML), porém as lesões encontradas na vítima são fatais. Então provavelmente essa vítima já estava morta quando foi arremessada no rio", afirmou.