Banco do BRICS

Maia chama governo de incompetente após acusação de ministério contra Congresso

Brasil deixou de pagar uma parcela de R$ 1,6 bilhão para um aporte de capital do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento)

Dep. Rodrigo Maia - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Após o Ministério da Economia repassar ao Congresso a culpa pelo não pagamento de uma obrigação do Brasil com organismo internacional, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chamou o governo de incompetente e disse que o Executivo está transferindo responsabilidade.
 
O Brasil deixou de pagar uma parcela de US$ 292 milhões (R$ 1,6 bilhão) para um aporte de capital do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento, conhecido como banco do Brics). O prazo para pagamento venceu no domingo (3).
 
Na noite de terça-feira (5), Maia usou redes sociais para publicar texto do jornal Folha de S.Paulo sobre o atraso nos pagamentos e rebater as afirmações da pasta. "Governo transferindo responsabilidade. É prática de um governo incompetente. É sempre assim", disse.
 
Na tarde de quarta, o Ministério da Economia divulgou nota na qual culpou o Congresso pelo não pagamento à instituição multilateral.De acordo com a pasta, o governo pediu em outubro e novembro do ano passado que o Congresso autorizasse um remanejamento orçamentário para viabilizar a operação.
 
O ministério afirmou que os parlamentares redirecionaram esses recursos para outras programações do Orçamento.A nota dizia ainda que, em nova tentativa, o governo pediu autorização para liberar quase R$ 1,5 bilhão para essa finalidade e também outras despesas.
 
"Mais uma vez, a solicitação feita não foi acatada pelo Congresso Nacional e os recursos foram remanejados pelo Parlamento para suplementar programações em outros ministérios", disse a pasta. De acordo com o Ministério da Economia, o pagamento ao NDB somente pode ser feito com dotação orçamentária autorizada pelo Congresso, o que não foi obtido apesar dos pedidos do governo.


A instituição financeira foi criada pelo grupo dos países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Sem o pagamento, o governo brasileiro pode perder o direito a voto no banco, hoje presidido pelo ex-secretário do governo Marcos Troyjo.